© Rovena Rosa/Agência Brasil
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou que o governo federal se dedicará mais intensamente à criação de parcerias com o setor privado para destravar a malha ferroviária do País em 2018. O objetivo, segundo ele, é fazer uma “entrega robusta” de projetos que tragam investimento em ferrovias para que o escoamento da produção agropecuária brasileira possa ocorrer com menos custos logísticos.
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“Nós precisamos, no ano que vem, nos dedicar obcecadamente para a questão ferroviária. O Brasil não pode mais continuar com o sistema ferroviário que tem. O custo que isso provoca, o dano que isto causa à nossa principal sustentação econômica, que é o agrobusiness, é brutal". Moreira Franco afirmou também que, não fosse a "produtividade altíssima e brutal" do setor, os custos poderiam comprometer a competitividade.
Moreira Franco concedeu entrevista coletiva para apresentar um balanço do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), lançado no ano passado para viabilizar privatizações e demais concessões à iniciativa privada para empreendimentos em diversos setores. Segundo o ministro, ao garantir uma melhor logística será possível trazer mais segurança ao setor agrícola.
“Temos que ter o compromisso do País. Esse compromisso agora é mobilizar toda nossa capacidade de trabalho, força, criatividade, de liderança do PPI para que possamos destampar essa perseguição, vamos dizer assim, demoníaca, que nos impede de ter uma estrutura ferroviária no Brasil”, explicou, complementando que, para o governo, as ferrovias e portos devem ser tratados como se fossem irmãos siameses porque precisam funcionar em sintonia.
Balanço
Dos 145 projetos qualificados para o PPI, 70 já foram concluídos desde maio de 2016, quando o programa foi lançado. O ministro lembrou que as concessões não foram feitas para “sustentar o esforço do equilíbrio fiscal” e, por este motivo, R$ 142 bilhões foram garantidos para investimentos e somente R$ 28 bilhões em outorgas. “O objetivo não é para obter outorgas. O indutor é o investimento, que cria condições de produtividade. Já o aumento do consumo enfraquece o ambiente financeiro, fiscal e tem vida curtíssima”, disse.
As concessões envolvem contratos assinados e leilões de áreas como linhas de transmissão de energia elétrica, óleo e gás, aeroportos e terminais portuários. De acordo com o governo, 75 novos projetos estão em andamento, com investimentos previstos de R$ 132,7 bilhões tendo como foco o setor de transporte. Empresas de 16 países já participaram dos leilões realizados.