Peso argentino tem queda de 12%

Pelo segundo dia consecutivo, o peso argentino sofreu uma forte desvalorização. No câmbio oficial, o dólar chegou a ser vendido nesta quinta-feira (23) a oito pesos (12% mais caro que na véspera). Somente em janeiro, a moeda argentina perdeu 22,7% de seu valor. Foi a maior desvalorização registrada em um mês, desde março de 2002, quando o país saía da pior crise de sua recente história.

© Reuters

Mundo Desvalorização 23/01/14 POR Agência Brasil

“Não foi uma desvalorização induzida pelo Estado”, disse o chefe de Gabinete da Presidência da Argentina, Jorge Capitanich. Em entrevista coletiva, ele explicou que a Argentina optou por um sistema cambial de “flutuação administrada”, mas que na quarta-feira (22) o Banco Central “não comprou nem vendeu dólares”. Segundo ele, o aumento do dólar oficial foi determinado pelo “livre mercado”.

PUB

O Banco Central tem feito intervenções no mercado desde janeiro de 2002, quando a Argentina saiu da chamada “convertibilidade” – um sistema que atrelou o peso argentino ao dólar norte-americano por lei durante uma década. O regime acabou com a hiperinflação de 1989 e 1990, privatizou a economia e abriu o pais a investimentos estrangeiros – mas também levou à recessão e ao desemprego, que acabaram provocando uma revolta popular e a queda do então presidente Fernando de La Rua.

Como consequência da crise, a Argentina desvalorizou o peso e decretou moratória da dívida externa. Graças ao aumento dos preços das commodities, que o país exporta, os argentinos conseguiram se recuperar da crise sem ajuda de organismos internacionais; reestruturar 93% da dívida pública e ainda pagaram o que deviam ao Fundo Monetário Internacional (FMI), sem ter que se submeter a planos de ajuste.

Para ter acesso a novos empréstimos, a Argentina ainda precisa regularizar a sua situação com os 19 países do Clube de Paris e com algumas empresas estrangeiras – entre elas a petrolífera espanhola Repsol, sócia majoritária da YPF, cujas ações foram expropriadas pelo governo argentino.

O dólar, na Argentina, serve como um termômetro da economia. Para escapar da inflação (que oficialmente é 10% mas, que, de acordo com economistas do setor privado e sindicalistas, é pelo menos duas vezes maior), os argentinos se refugiaram no dólar.

Para frear a saída da divisa norte-americana, faz dois anos que o governo vem adotando medidas de controle de câmbio: proibiu a compra de dólares e saques com cartão de débito no exterior; colocou um imposto sobre compras com cartão de crédito no exterior e, na quarta-feira (22), limites para as compras com cartão em sites estrangeiros, via internet. O resultado foi a consolidação do mercado negro, chamado de “blue”.  Na quinta-feira, o dólar paralelo estava sendo cotizado a 12 pesos.

Nos últimos dois anos, as reservas do Banco Central caíram de US$ 60 bilhões para US$ 29,44 bilhões. Mas o principal motivo foi a necessidade de usar o dinheiro para importar energia e pagar a dívida. O país registrou em 2013 um superávit na balança comercial de US$ 9 bilhões, informou nesta quinta-feira (22) o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) – US$ 3 bilhões a menos que em 2012 e gastou cerca de US$ 14 bilhões importando energia.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 22 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Televisão 04/11/24

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

mundo Catástrofe 04/11/24

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia

fama Óbito Há 18 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 21 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

justica Desvio 04/11/24

Funcionário de empresa confessa desvio de R$ 500 mil para apostar no Jogo do Tigrinho

mundo Uganda Há 18 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 23 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 20 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

mundo Estados Unidos 04/11/24

Trump sinaliza apoio à ideia de tirar flúor da água, se eleito presidente dos EUA