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O BNDES encerrou 2017 tendo desembolsado R$ 19,83 bilhões para projetos de infraestrutura nas áreas de energia, saneamento, transporte e mobilidade. O desembolso é a última etapa no processo de financiamento do banco de fomento, quando o dinheiro contratado de fato vai para o projeto do cliente.O montante representa alta de 13% em relação ao verificado em 2016, quando os projetos de infraestrutura no Brasil receberam R$ 17,54 bilhões.
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O setor de infraestrutura representa historicamente entre 30% e 40% dos desembolsos totais do banco. Apesar do resultado positivo, os desembolsos totais do banco devem registrar forte queda em 2017. De janeiro a novembro, o banco desembolsou R$ 61 bilhões, queda de 20% em relação aos primeiros 11 meses de 2016. O balanço do banco será divulgado no próximo dia 30.
O BNDES divulgou nesta quinta-feira (4) que prevê desembolsar R$ 23 bilhões para o setor de infraestrutura neste ano, dos quais R$ 14 bilhões para setor de energia e R$ 9 bilhões para saneamento, transporte e logística.
Individualmente, o setor de energia foi o que mais contribuiu para o aumento das tomadas de financiamento no banco. Em 2017, R$ 13,43 bilhões foram para projetos no setor, principalmente em razão da retomada dos leilões de geração ocorridos no ano. O volume liberado às energias renováveis (eólica e solar) superaram pela primeira vez as demais formas de geração elétrica.
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Saneamento e transportes tiveram queda de 23% nos desembolsos, entre 2016 e 2017, tendo recebido R$ 6,4 bilhões no ano passado. Os dados foram apresentados à imprensa na tarde desta quinta (4) pela diretoria de Infraestrutura do BNDES, Marilene Ramos, que afirmou que a tendência é que a melhora no setor seja mantida em 2018 e 2019.
A previsão do banco é atingir R$ 54 bilhões em projetos enquadrados em 2018 e 2019. O enquadramento é a segunda etapa de um pedido de financiamento do banco, na qual há a análise pela instituição dos valores solicitados pelo interessado em tomar empréstimo. Desse total, R$ 35,9 bilhões já estão na carteira do banco - ou seja, já estão em análise. O restante, R$ 18,1 bilhões, são pedidos em potencial que podem chegar ao banco até 2019.
Está no radar do banco mais leilões de energia neste ano, além, por exemplo, dos processos de privatização de companhias de água e esgoto de sete estados do país. Também estão em análise projetos de BRT (ônibus articulado) em Vitória (ES) e melhorias do sistema de transporte de ônibus de São Paulo.
Segundo Marilene Ramos, a capacidade do banco de emprestar neste e no próximo ano para a infraestrutura não será comprometida com a possibilidade de o banco ter que devolver recursos para o Tesouro Nacional.
O banco tem uma dívida de mais de R$ 400 bilhões com o Tesouro. No ano passado, o banco devolveu R$ 50 bilhões. O governo quer mais R$ 130 bilhões neste ano, mas o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro tem dito que o banco não teria condições de repassar este valor. Com informações da Folhapress.