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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intercedeu para que seu secretário de Justiça, Jeff Sessions, permanecesse à frente da investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016, e defendeu que ele deveria protegê-lo de um eventual indiciamento.
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A informação foi publicada pelo jornal "The New York Times" na noite desta quinta-feira (4), e é baseada em relatos, sob anonimato, de assessores da Casa Branca à reportagem.
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Segundo o jornal, esse é um dos fatos sob conhecimento do procurador especial Robert Mueller, que foi apontado para conduzir o inquérito sobre os russos no FBI. De acordo com especialistas ouvidos pela publicação, é possível que ele seja interpretado como uma tentativa de obstrução de justiça pelo presidente.
O caso teria ocorrido em março do ano passado. Trump pediu a Sessions, por meio de um interlocutor, para que ele não se afastasse da investigação -como acabou fazendo, naquele mesmo mês, sob pressão da opinião pública. Nos EUA, o secretário de Justiça é também o procurador-geral de Justiça.
Diante da negativa de Sessions, o presidente republicano "explodiu em raiva", segundo o relato do "New York Times", e afirmou, em frente a vários assessores, que o secretário deveria protegê-lo.
"Aonde está meu Roy Cohn?", teria afirmado Trump, em referência ao seu antigo advogado pessoal, conhecido por resolver problemas do então empresário.
O presidente considerava que a investigação do FBI, ainda segundo o jornal, era "inventada e politicamente motivada".
Em bilhetes escritos à mão para o então diretor do FBI, James Comey, o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, pedia ao investigador a dizer publicamente que Trump não estava sob investigação, a pedido do presidente -algo que Comey, que acabou demitido, jamais fez. Os bilhetes também estão em posse de Mueller.
O advogado da Casa Branca à frente do caso, Ty Cobb, não comentou.
A defesa do presidente tem dito que ele apoia a investigação e acredita que ela irá se encerrar em breve, sem demonstrar o envolvimento de Trump em um suposto conluio com os russos. Com informações da Folhapress.