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«Na terça-feira, 28, o presidente da Abicalçados, Heitor Klein, se reuniu, em Buenos Aires, com a subsecretária de Comércio Exterior da Argentina, Paula Español, para debater a situação. "Eles foram irredutíveis. Não conseguimos que se comprometessem em tentar agilizar o processo de liberação", afirmou Klein.
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As condições macroeconômicas do país vizinho, no entanto, passaram ao largo da conversa. "Dá para perceber claramente que eles ainda estão tomando pé da situação. É uma equipe que recém chegou", disse. A Abicalçados teme um recrudescimento mais intenso das barreiras impostas a produtos do Brasil. "A Argentina preocupa muito. Eles concentram 10% das nossas exportações."
Em 2013, os embarques de calçados cresceram 0,2%, para US$ 1,095 bilhão, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A Argentina aparece em segundo lugar na lista de compradores, com US$ 118,88 milhões (-12,6% em relação a 2012). "O quadro está bastante difícil, talvez tenhamos de amargar por algum período. Pode haver recrudescimento. Precisamos conhecer qual é a disposição da Argentina", avalia Klein.
Emprego
O setor calçadista também está preocupado com a realidade do próprio setor no Brasil. Nos últimos dois anos, foram fechados quase 14 mil postos formais e trabalho, mesmo com a política de desoneração da folha de pagamento.
A permanência do real mais valorizado na última década e o crescimento da produção de calçados a base de plástico (cujo processo é mais mecanizado) determinaram o corte de vagas. Em 2013, a indústria de calçados demitiu 4.408 trabalhadores, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).