© Reprodução / Facebook / Bauru
Na noite desta terça-feira (9), o Vôlei Bauru venceu o Brasília por 3 a 1 em jogo válido pela Superliga feminina de vôlei. O destaque da partida foi Tiffany Abreu, de 33 anos. A transexual - primeira da elite feminina do esporte no Brasil - marcou 24 pontos e foi eleita a melhor jogadora do duelo, o que já ocorreu em outras ocasiões.
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Só que após os excelentes desempenhos de Tiffany em quadra, algumas atletas começaram a se posicionar sobre o caso, que vem gerando discussões entre pessoas de dentro e de fora do vôlei.
“Depois de nossa partida contra o Bauru, quando a Tiffany recebeu o troféu de destaque do jogo, eu disse que sempre que ela estiver em quadra, ninguém mais vai ganhar. Ela sempre vai se destacar, sempre estará acima das outras”, disse a ponteira Mari, do Pinheiros, de acordo com a revista “Veja”.
Companheira de Mari no Pinheiro, Ju Paes reforçou o que disse a colega de equipe. “Em um grupo de cinco meninas, duas só analisavam o lado humano, elogiando a luta que ela passou, desde a cirurgia, o tratamento de hormônios, etc. Esse lado é muito legal, mas e as vantagens sobre outras atletas? É uma diferença muito grande. Dentro de quadra, nos sentimos impotentes”, disse a líbero, que continuou, ainda de acordo com a “Veja”.
Uma publicação partilhada por Tifanny Abreu (@tifannyabreu10) a 11 de Dez, 2017 às 12:54 PST
“Dentro de quadra, inclusive acho que ela está ‘segurando’ o braço ainda. É lógico que ela não vai conseguir ter a mesma explosão que tinha quando jogava no masculino, por causa da redução hormonal, mas ela começou o jogo contra nós de uma forma e terminou de outro jeito. E quando vinha no ataque, eu não conseguia bloquear”, acrescentou Ju.
Uma publicação partilhada por Tifanny Abreu (@tifannyabreu10) a 3 de Jan, 2018 às 4:36 PST
Paulo Milagres, treinador do Pinheiros, também falou sobre o assunto.
Porém, como técnico, se o Pinheiros investir e a diretoria disser que tenho de ser campeão, se tiver espaço para trazer uma Tifanny, é claro que vou trazer, pois será uma jogadora que vai desequilibrar. Como é o caso dela“, opinou.
O Esporte ao Minuto entrou em contato com algumas estrelas do vôlei brasileiro, como a campeã olímpica Fabi, mas elas preferiram não se manifestar sobre o caso Tiffany. A atleta transexual, por sua vez, concedeu uma rápida entrevista ao canal Sportv, após a vitória sobre o Brasília, e mostrou que não quer polêmica.
“Para as pessoas que entendem das leis, dos regulamentos, é fácil compreender. Só tenho que agradecer ao apoio que venho recebendo, são muitos fãs, muitas mensagens de carinho, do Brasil, do exterior”, resumiu.
Uma publicação partilhada por Tifanny Abreu (@tifannyabreu10) a 17 de Dez, 2017 às 9:06 PST
Carreira
A goiana Tiffany, atualmente com 33 anos, nasceu Rodrigo Pereira de Abreu e já havia disputado as edições masculinas da Superliga A e B no Brasil e outros campeonatos masculinos nas ligas da Indonésia, Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica antes de fazer a transição de gênero, concluída quando defendia um clube da segunda divisão belga. E, no início deste ano, recebeu permissão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para competir em ligas femininas, tendo disputado a temporada pelo Golem Palmi, time da segunda divisão da Velha Bota.