© Tânia Rêgo / Agência Brasil
Uma reunião com o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, na terça-feira (9) e os acertos finais com o governo do Rio Grande do Norte na quarta-feira, 10, garantiram a volta ao trabalho dos policiais civis, militares e dos bombeiros após vinte dias de paralisação.
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Os policiais civis foram os primeiros a retomar suas atividades. Na própria terça-feira, logo após o encontro de seus representantes com o governador, os policiais decidiram retornar aos postos de trabalho. Primeira vice-presidente do Sinpol/RN (Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte), Edilza Faustino da Silva explicou as razões da categoria:
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"Parte da nossa categoria recebeu os salários de novembro no sábado, 6, e outra parte recebeu na segunda-feira, 8. Para esta sexta-feira, 12, temos a perspectiva de receber os salários de dezembro. E temos a promessa do governo de obter uma linha de crédito para que possa nos pagar o 13º salário de 2017, um vencimento a que temos pleno direito. Só não temos ainda a data em que este pagamento ocorrerá porém nossa categoria, em assembléia, tomou duas decisões: dar um crédito de confiança ao governo e, ao mesmo tempo, manter a mobilização."
Edilza também explica que, tecnicamente, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte não esteve em greve:
"Não fizemos declaração de greve, não comunicamos antecipadamente que iríamos manter um efetivo mínimo de 30% dos funcionários em atividade como determina a lei e nem fizemos qualquer movimento nesse sentido. A verdade é que estávamos em estado de necessidade: com três meses de salários atrasados (novembro, dezembro e 13º), não tínhamos mais dinheiro para sair de casa, para comprar nossa alimentação e de nossas famílias, e não tínhamos mais condições de pagar nossas dívidas. Por isso, estávamos totalmente impedidos de trabalhar."
Já o assessor de comunicação da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, tenente-coronel Eduardo Franco, confirmou que a PM só retornou ao trabalho plenamente na própria quarta-feira depois que todos os compromissos do governo com a corporação foram ratificados por meio de documentos devidamente assinados:
"Os policiais militares retomaram o trabalho motorizado às 5 horas da manhã desta quarta-feira. Não obstante, cumpriram com seu papel de policiamento ostensivo mesmo durante a paralisação e com efetivo reduzido. Por sinal, mesmo se declarando em greve, os policiais militares compareciam às suas unidades de serviço. A queixa maior dos policiais militares estava relacionada a questões de estrutura para o desempenho de suas funções. O comando da Polícia Militar fez então um levantamento das necessidades da corporação e mobilizou-se, imediatamente, para suprir as carências, mormente em relação à falta de viaturas. Desta forma, foi providenciado o aporte de novas viaturas para que os policiais militares do Rio Grande do Norte pudessem voltar às ruas e cumprir suas funções."
Ainda de acordo com o tenente-coronel Eduardo Franco, as recomendações do Comandante-Geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Coronel Osmar de Oliveira, foram bastante precisas:
"As determinações são para que, nesta plena volta ao trabalho, os policiais militares sirvam à população com o máximo de força, empenho e dedicação, combatendo o crime e procurando restabelecer a ordem pública em todo o estado. E é assim que vamos proceder."
Na reunião de terça-feira com representantes do corpo de bombeiros e das polícias civil e militar, o governador Robinson Faria acentuou:
"Quero estar cada vez mais próximo das polícias, quero elas governando comigo, me ajudando a fazer um governo melhor para a Segurança Pública do Rio Grande do Norte, para ajudar a população. Para isso, fiz um apelo à classe para que possamos, juntos, devolver a tranquilidade à população com a suspensão do movimento."
Diante de todo esse quadro, vale a pena recordar o que disse o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone, em entrevista à Sputnik Brasil:
"É preciso contemplar uma reestruturação das polícias, de modo a valorizar os policiais que estão na base e que lidam no dia a dia com a segurança pública. Essa valorização não tem ocorrido no Brasil." Com informações da Sputnik News.