No Recife, maracatu dará lugar ao frevo durante a abertura do Carnaval

Mudança ocorre pela primeira vez em 16 anos

© Empetur

Cultura PE 15/01/18 POR Folhapress

Pela primeira vez em 16 anos, a abertura do Carnaval do Recife não será embalada pelas alfaias (tambores) do maracatu de baque virado.

PUB

Na sexta-feira, 9 de fevereiro, o cortejo com mais de 500 batuqueiros e o coral feminino Voz Nagô serão substituídos por orquestra de frevo e apresentação de cantores como Luiza Possi e Lenine.

A decisão da gestão Geraldo Júlio (PSB), que põe fim ao legado deixado pelo percussionista Naná Vasconcelos -morto em 2016- desagradou integrantes das nações de maracatu e gerou polêmica na cidade que ostenta o título de "Carnaval multicultural".

Segundo mestres de maracatus ouvidos pela Folha, para não ficar de fora do principal palco da folia recifense, a praça do Marco Zero, as 13 nações "foram obrigadas" a aceitar o espaço no encerramento da semana pré-carnavalesca, na quinta-feira (8). A gestão municipal defende que dia 9 é Dia do Frevo e, por isso, deve priorizar o ritmo.

Os mestres reclamam que, além de coincidir com a abertura do Carnaval de Olinda (PE), a alteração mexe com a questão religiosa das nações.

"Os tambores e as calungas (bonecas) são recolhidos 15 dias antes nos terreiros onde são feitas as obrigações e só saem na sexta-feira, dia dedicado a Oxalá. Para nós não é só o lado profano da história", diz Danilo Mendes, 31, mestre do maracatu Aurora Africana.

Há oito anos, ele se apresenta na abertura do Carnaval da cidade com uma média de 80 batuqueiros. Esse ano o grupo não deve passar de 65.

Em 2015, o maracatu foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio cultural imaterial.

 

+ Inscrições de artistas em programas culturais de SP terminam no dia 31

Presidente da Amanpe (Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco), que reúne 29 grupos, Fabio Sotero, diz que as nações devem aproveitar a oportunidade como um ato de resistência. "São mais de 200 anos de história do maracatu e temos que, por nós e pela nossa cultura, fazer um belo espetáculo", diz.

Para o secretário executivo de cultura do Recife, Eduardo Vasconcelos, com a substituição "ganham as agremiações e os foliões", que terão seis ao invés de cinco dias de festa no Marco Zero.

"No dia da nossa abertura oficial estaremos comemorando 111 anos do ritmo que é a cara do Recife e, por isso, resolvemos depois de muitas reuniões internas fazer uma verdadeira homenagem ao frevo", afirma. "Não vamos competir com a abertura do Carnaval de Olinda, há público para tudo", completa.

Ele nega que a decisão desrespeite a tradição construída por 16 anos por Naná Vasconcelos. "Sempre tivemos e continuaremos tendo o maior respeito pelo legado de Naná, tanto que não tiramos a importância do maracatu que estará presente em todos os 43 polos de nossa festa", diz. Com informações da Folhapress. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 22 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Televisão Há 23 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

mundo Catástrofe Há 23 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia

fama Óbito Há 18 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 21 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

justica Desvio Há 23 Horas

Funcionário de empresa confessa desvio de R$ 500 mil para apostar no Jogo do Tigrinho

mundo Uganda Há 18 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 23 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 20 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

mundo Estados Unidos Há 23 Horas

Trump sinaliza apoio à ideia de tirar flúor da água, se eleito presidente dos EUA