Alta do consumo impulsiona arrecadação e emprego, dizem economistas

Comércio foi o campeão de abertura de vagas formais

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Economia balanço 27/01/18 POR Folhapress

Estimulado pela inflação baixa e pela liberação do FGTS, o consumo foi o motor da recuperação da economia brasileira no fim de 2017, compasso que deve se manter no início deste ano.

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Esse comportamento pode ser identificado, segundo especialistas, nos resultados do emprego formal e da arrecadação de tributos divulgados nesta sexta-feira (26).

Eles ficaram próximos ao "zero a zero" no ano passado após dois anos de números muito negativos.

A arrecadação federal teve alta de 0,6%, descontada a inflação. Já o mercado de trabalho encerrou 2017 com um pequeno saldo negativo, conforme antecipou a Folha de S.Paulo.

"Os sinais mostram que a massa salarial está crescendo acima da inflação. Isso vira consumo, bate no comércio e serviços, e a indústria vai atrás", avaliou Hélio Zylberztajn, o professor da USP (Universidade de São Paulo).

Enquanto o comércio foi o campeão de abertura de vagas formais, a indústria demitiu mais do que contratou.

+ Arrecadação com impostos cresce e chega a R$ 1,34 trilhão em 2017

"O setor que mais sofreu na crise foi a indústria. Também começou a se recuperar, mas está vindo mais lentamente", disse Bruno Ottoni, do FGV Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Essa melhora também aparece na recuperação da arrecadação do governo com impostos ligados a consumo, como PIS/ Cofins, cuja receita subiu 3,5% em 2017.

"PIS e Cofins tiveram um bom desempenho, quando olhamos para as empresas não financeiras. Essa melhora pode ser atribuída a um bom desempenho do consumo", afirma Vilma Pinto, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.

José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos, lembra que a recuperação pelo consumo se dá principalmente após graves recessões.

"Quando você vai para o fundo da recessão, a recuperação vem via consumo, porque a capacidade ociosa está elevada. As empresas não investem porque já têm capacidade para produzir."

José Márcio afirma ainda que, além da inflação baixa, que aumenta o poder de compra, a liberação dos recursos do FGTS impulsionou o consumo. "Foi um ganho de renda real substancial para as famílias". Segundo ele, os dados mostram que a recessão não só acabou, mas que o crescimento está acelerando.

Apesar de não haver dúvidas sobre a retomada, o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, alerta que vai demorar para o país voltar ao patamar pré-crise. "Os ajustes propostos pelo governo são de ordem recessiva. É difícil imaginar a economia crescendo muito com austeridade fiscal." Com informações da Folhapress.

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