Fintech oferece cartão pré-pago com desconto em consultas médicas

O cartão, distribuído em lojas de varejo, funciona de forma similar ao de conta-corrente

© Divulgação

Economia Empreendedorismo 27/01/18 POR Folhapress

Após cair em casa, Getúlio Caldas, 67, quebrou o fêmur e precisou colocar uma prótese no quadril e uma barra de titânio na coxa. Isso faz dois anos e até hoje ele precisa de fisioterapia para o tratamento.

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"Fiquei seis meses de cama e tem um ano e sete meses que faço fisioterapia", relata. "Tive que aprender a andar de andador, de muleta e, agora, de bengala." Ele aguarda desde então que o tratamento seja oferecido pelo SUS, mas não consegue uma vaga. As sessões particulares custariam R$ 70 cada.

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Custariam, pois com um cartão pré-pago, ele acessa o tratamento, na mesma clínica, por R$ 105 a semana. Isso garante sua recuperação. "Se não estivesse fazendo fisioterapia, já estava entrevado."

O produto foi lançado pela TEM, fundada por Igor Pinheiro e Gláucia Saffa e mais dois sócios. Eles saíram do mercado de seguros para fundar o negócio, classificado com fintech -organizações que unem soluções financeiras com tecnologia.

O cartão, distribuído em lojas de varejo, funciona de forma similar ao de conta-corrente. Há a contratação de um pacote, e o preço da mensalidade (entre R$ 19,90 e R$ 21,90) varia conforme os serviços de conveniência oferecidos.

"Observamos uma oportunidade e um espaço grande de mercado. É uma solução alternativa para pessoas que foram perdendo plano ou nunca tiveram", explica Saffa "Hoje, no mercado de seguro saúde, os prêmios são altos e caros. Para os consumidores, os ajustes estão aumentando e eles não conseguem mais pagar", complementa Pinheiro.

Os tratamentos oferecidos, no entanto, são da mesma qualidade independentemente do pacote contratado, esclarece Saffa. O desconto varia de 30% a 70%, mas, segundo a sócia, precisa ser de no mínimo 20%. "Tem que ser uma diferença sensível ao consumidor."

Por outro lado, não há tabela pré-estabelecida para os médicos porque o objetivo não é precificar. "Olhamos muito o que essas clínicas populares praticam para oferecer valores parecidos. E há profissionais mais caros que saem mais baratos para nossa rede."

Para utilizar, o cliente, além da mensalidade, precisa recarregar o cartão, de maneira similar aos chips pré-pagos de telefone celular. "Funciona como uma rede de saúde onde negociamos com cada parceiro o preço, e o usuário do cartão faz as recargas." Atualmente, essa rede conta com 4.000 unidades de atendimento, 22 mil tipos de serviços e 11 mil farmácias.

EXPANSÃO

A TEM contabiliza 1,5 milhão de cartões emitidos desde o início da operação em fevereiro de 2015. O tamanho da fintech, que iniciou operação em fevereiro de 2015, foi catapultado pela Natura, que irá oferecer o serviço a 1,2 milhão de consultoras por todo o país no início deste ano.

A parceria já funciona como projeto piloto em Porto Alegre e São Paulo. "A gente fez em 2014 o IDH da consultora Natura. Esse estudo provou que poderíamos, como empresa, ter outros benefícios para alavancar o IDH tanto em educação como em sáude, que só proporcionar renda e autoestima não era suficiente", explica Cida Franco, diretora de Relacionamento da empresa.

Os testes foram feitos durante o ano passado, o que veio em boa hora para Erenilce Santana, 42. "Tive uma alteração no útero e todo mês estou fazendo acompanhamento. A doutora falou que não é grave, é um lioma, mas, se não cuidar, vira câncer." As consultas que sairiam por R$ 250, agora custam R$ 73.

Outra virada na trajetória da TEM foi o investimento realizado pela Vox Capital ainda no início da operação, em março de 2015, que é acionista da empresa. "Com isso, fizemos algumas transformações no modelo de negócio", diz Saffa. "Começamos como uma administradora de cartões e evoluímos para análise de dados, se posicionando mais como fintech."

"É a única solução financeira para o mercado de saúde e que traz inovações o tempo todo em tecnologia nesta área com o objetivo de melhorar relação do consumidor com a saúde", afirma Saffa. "É para trabalhar na consciência do consumidor." Com informações da Folhapress. 

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