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A maior chacina já cometida no Ceará é atribuída, segundo a polícia, à facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). A sigla é sinônimo de mortes violentas, desde 2017 - dois anos depois de ser criada, em Fortaleza.
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"O GDE tem como marca uma forte dose de crueldade. É muito preocupante porque é um grupo que ainda está se sedimentando e as próprias regras de disciplina ainda não são totalmente incorporados como são no CV e no PCC. Quando se conhece as regras e bases de sustentação dessas facções, é mais fácil de combater. Por isso, é uma facção que nos preocupa bastante", opina o sociólogo e coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira, ao Estadão.
Na opinião do sociólogo, o rápido crescimento do GDE se deve ao fato de a facção, ao contrário de outros grupos, como o PCC e o CV, ser isento de mensalidade - sendo mais atrativo para jovens. O Guardiões também teria muita força na periferia. "Como hoje é muito inseguro a pessoa que mora na periferia dizer que não faz parte de nenhuma facção, muitos terminam nomeando um grupo mais novo que não tem tantas relações ainda com os principais grupos rivais", diz.
Em entrevista ao Estadão, o professor concorda com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa. Mas apenas em parte. Na opinião dele, o governo ainda não perdeu o controle para as facções, mas a separação de presos por grupos organizados nos presídios do Ceará revela a "fragilidade".