© Pixabay
Um caso envolvendo um motorista do Uber, uma passageira e uma série de acusações postadas no Whatsapp foi parar em uma delegacia de polícia, na Paraíba. Nas primeiras horas desta quinta-feira (1), o motorista identificado como Bruno Neves, natural do Rio de Janeiro, procurou as autoridades locais para registrar uma ocorrência como vítima de constrangimento ilegal e difamação.
PUB
Segundo a versão da passageira, que não foi identificada no documento, ela teria solicitado um Uber na noite da quarta-feira (31 de janeiro), por volta das 19h, no bairro de Intermares, em Cabedelo, para sair do apartamento em que estava e ir à missa. Ao entrar no carro sozinha, notou um volume estranho no porta-malas do automóvel, algo que estaria "se mexendo".
+ Recém-nascido morre após ter atendimento recusado por médico no MA
"Acendi meu celular, continuei conversando com ele [o motorista], e coloquei atrás do meu banco, para ver o que tinha na mala [que estava destampada]. Quando eu vejo, um cara. Dei um grito e disse: 'tem um cara na mala'. Ele arrancou com o carro, mas eu abri a porta rapidíssimo e pulei", contou a mulher, que após os susto correu de volta ao prédio.
Logo em seguida a passageira teria gravado um áudio contando a sua experiência, compartilhado nos grupos de Whatsapp com a foto e o primeiro nome do motorista. As informações viralizaram em tempo recorde entre os contatos do aplicativo, até chegarem ao conhecimento do motorista, que procurou a delegacia para prestar informações. Bruno Neves explicou que o volume visto pela passageira se tratava de um cilindro de gás - e não de outra pessoa escondida.
"Meu carro já foi para a perícia, a delegada e os inspetores olharam o carro. Quando ela [a passageira] bateu o celular no carro e viu aquele troço grande [o gás], se assustou e saiu correndo, falando um monte de besteiras. Fui no prédio, o porteiro que estava lá na hora ainda estava de serviço, me deu o nome dele para colocar de testemunha", diz o áudio que circula no Whatsapp, juntamente com o suposto documento de registro da ocorrência.
Não chegou a cinco horas o intervalo entre a chamada do Uber pela passageira e o registro da ocorrência feita pelo motorista, por volta de 0h45 desta quinta-feira (1). Segundo o homem, que foi exposto pela cliente nas redes, trabalhar com o público tem os seus riscos para ambos os lados.
"O cara tira uma foto, distorce, faz um inferno na vida da pessoa. Aí o cara tem que correr atrás para o troço não se espalhar", diz um dos áudios, atribuído ao motorista. "A verdade tem que ser dita. Se tivesse algum mandado eu estava preso lá na Central. Não tem nada que me aponte. Essa mulher vai segurar uma bronca. Isso é uma acusação muito séria, dá danos morais. Ela vai ter que ter um advogado muito bom e ter dinheiro no bolso para pagar, senão vai perder tudo o que tem, até a roupa", conclui em outra gravação.