© REUTERS/Kacper Pempel
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, deve promulgar a lei do Holocausto, que está no centro uma disputa com Israel, defendeu, neste domingo (4), o líder do maior partido polonês, Jaroslaw Kaczynski. Aprovado esta semana pelo Senado, o projeto de lei prevê, entre outras medidas, até três anos de prisão ou uma multa para quem utilize a expressão "campos da morte poloneses" para denominar os campos de concentração erguidos no país pelo regime nazista. A intenção é evitar que a Polônia seja responsabilizada pelos crimes cometidos durante a ocupação do regime de Hitler, na Segunda Guerra Mundial.
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Estimativas oficiais apontam que seis milhões de poloneses tenham perdido a vida em campos de concentração, guetos e noutras circunstâncias. Metade dessas pessoas era de origem judaica.
A lei está sendo contestada pelos partidos de oposição e pelo Estado de Israel, que acusa Varsóvia de "querer reescrever a história".
Os Estados Unidos também pediram a Varsóvia que reconsidere a sua posição e expressaram "profunda preocupação" pelos efeitos da decisão, encarada como uma ameaça à liberdade de expressão.
"Expressões como 'campos da morte poloneses' são imprecisas, suscetíveis de induzir a erros e causar feridas, mas receamos que se for promulgado o projeto de lei afete a liberdade de expressão e o debate histórico", declarou a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, em comunicado.
Em entrevista à radio nacional da Polônia, Jaroslaw Kaczynski, que foi primeiro-ministro entre julho de 2006 e setembro de 2007, diz que "a lei está sendo mal interpretada" e que deve ser promulgada pelo presidente.Andrzej Duda tem três semanas para promulgar a lei, devolvê-la ao Senado ou enviá-la para o Tribunal Constitucional. Com informações da Lusa.