© Martin Acosta/Reuters
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse neste domingo (4), no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina, em Buenos Aires, que "não se pode tolerar que a Venezuela não seja uma democracia".
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"O povo venezuelano merece ser livre", disse, acrescentando que sua viagem pela América Latina tinha como intenção "buscar soluções que acelerem o fim da situação porque a crise humanitária a está transformando em algo cada vez mais obscuro".
Questionado sobre possíveis novas sanções que os EUA poderiam impor ao país caribenho, inclusive com relação à compra de petróleo, Tillerson disse que é um dos temas que quer debater com os países latino-americanos, mas que não aprova sanções que afetem a população. "Nossas desavenças são com o regime venezuelano e não com a população do país", disse.
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Sem especificar de modo mais claro que medidas, então, poderiam ser tomadas, acrescentou que, junto ao chanceler argentino, Jorge Faurie, discutiria "passos adicionais para fazer com que o calendário eleitoral venezuelano seja respeitado, com o retorno da independência das instituições".
Tillerson insistiu que a situação merece uma decisão mais urgente. "Temos de chegar a um final mais rápido. Estamos olhando novas opções, mas temos preocupação em não afetar também outros países", declarou.
Faurie acrescentou que a posição atual da Argentina segue sendo a de não respeitar o processo político atual, nem a Assembleia Nacional Constituinte ou a legitimidade das decisões do ditador Maduro.
"Queremos o fim das restrições políticas, da proscrição de opositores e estamos muito preocupados com a crise humanitária que vem se agravando rapidamente", disse o chanceler argentino.
Questionado sobre se os EUA tentariam impedir a participação da Venezuela na próxima Cúpula das Américas, que ocorre em abril, em Lima, Tillerson disse que essa decisão depende do país anfitrião.
"Respeitaremos o que o governo do Peru determinar sobre esse assunto. Porém, caso a Venezuela esteja presente, nosso desafio será ter conversas produtivas nesse encontro", disse.
Tillerson visitará nesta segunda-feira, na residência de Olivos, o presidente Mauricio Macri. Depois, segue viagem para o Peru e a Colômbia.
INTERVENÇÃO MILITAR
Na quinta (1º), Rex Tillerson havia sugerido a possibilidade de um golpe militar na Venezuela, antes de iniciar sua primeira viagem à América Latina, ao lançar a estratégia do governo de Donald Trump para a região.
O chefe da diplomacia americana afirmou que, embora os EUA não estivessem estimulando uma "mudança de regime" no país, o "mais fácil" seria se o ditador Nicolás Maduro deixasse o poder. Previu que haverá uma "mudança" na Venezuela e disse que os EUA desejam que ela seja pacífica. Com informações da Folhapress.