© Juan Carlos Ulate/REUTERS
Rodeado pelos oceanos Pacífico e Atlântico, e fronteira com a Costa Rica e a Colômbia, o Panamá se transformou, nos últimos três anos, em uma cobiçada rota alternativa para a entrada ilegal nos Estados Unidos. O fato vem fazendo com uma onda de migrantes, originários de países como Cuba, Haiti, Bangladesh e Somália, acabem sendo flagrados pelo Serviço Nacional de Fronteiras do Panamá (Senafront).
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"Estamos em um campo de concentração. Faz vários dias que estamos aqui. Mas não nos deixam sair e vivemos na pior das condições", contou Mohamed Nasser Al Humaikani, do Iêmen, à BBC. Mohamed foi surpreendido em uma selva na região de Darién, entre a Colômbia e o Panamá.
O campo de concentração referido pelo migrante iemita é a Estação Temporária de Auxílio Humanitário. Conforme o coordenador de temas migratórios do Senafront, Jorge Gobea, no local, as autoridades panamenhas oferecem alimentação, alojamento e primeiros socorros aos migrantes.
Nas contas de Gobea, em 2016, o maior número de migrantes veio de Cuba: 27 mil pessoas. Houve temporadas em que, diariamente, cerca de 30 cubanos eram encontrados no Panamá todos os dias. Eles eram abandonados por coiotes na selva.
Presidente da filial panamenha da organização Cáritas, o diácono Víctor Berrío disse à BBC que muitos imigrantes sonhavam em se beneficar com a política de Barack Obama - que prometia abrigo a cubanos que chegassem ao território norte-americano: "Muitos (migrantes) me disseram que suspeitavam que, com a nova atitude diplomática de Obama, que os privilégios que ganharam iriam acabar. E se apressaram a pegar a rota de Darién antes que fosse tarde". Agora, com o endurecimento provocado por Barack Obama, chegam mais africanos e asiáticos e expatriados iemenitas.