© Bruno Domingos/Reuters
Pré-candidato ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin (PSDB) adotou discurso enfático em defesa das privatizações e afirmou que a Petrobras pode ser vendida "no futuro".
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O tucano defendeu a transferência de controle à iniciativa privada das atividades da estatal que não constituem seu núcleo central, como as operações da distribuição de combustíveis, e afirmou também ser possível a privatização total da empresa.
"Inúmeras áreas que não são o 'core', o centro objetivo da empresa, tudo isso pode ser privatizado. Se tivermos um bom marco regulatório, você pode até, no futuro, privatizar tudo, sem nenhum problema", afirmou, em evento com dirigentes da construção civil, em Brasília.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, reagiu, dizendo que "não faz sentido" falar em privatização neste momento. Ele argumentou que a empresa passa por reestruturação financeira, que poderia ser prejudicada pelo debate. "Qualquer discussão sobre privatização teria efeito perturbador nesse processo."
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Alckmin decidiu reforçar suas opiniões sobre o tema para superar o que os tucanos consideram um tabu no debate sobre as privatizações, que provocou dificuldades para os tucanos nas disputas presidenciais de 2002 a 2014.
"O que houve em 2006 é que meu adversário, o [ex-presidente] Lula, mentia para a população. Porque ele dizia que eu ia privatizar o Banco do Brasil, e eu nunca disse que ia privatizar o Banco do Brasil", disse o governador.
Naquela disputa, Alckmin adotou uma postura defensiva e chegou a vestir uma jaqueta com as marcas do Petrobras, do BB, da Caixa e dos Correios para se comprometer a manter essas empresas sob controle do governo. A estratégia do tucano para a próxima eleição passa por uma delimitação clara das estatais que devem ser preservadas.
No evento em Brasília, Alckmin declarou ser contrário à venda do BB, mas disse que é possível passar algumas de suas subsidiárias ao setor privado. "Até porque é importante ter um ou dois bancos públicos, para não depender exclusivamente de bancos privados."
Segundo o tucano, é preciso verificar quais empresas estatais podem ser privatizadas, "uma a uma". Ele citou como exemplos a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), responsável pelo projeto do trem-bala, e a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que gere emissoras de rádio e TV do governo federal.
REFORMAS
Alckmin pediu empenho na aprovação da reforma da Previdência até o fim de fevereiro, mesmo reconhecendo que o pacote de alterações previstas "não seja ideal".
O tucano disse ver dificuldades na aprovação de reformas estruturantes no último ano de um governo e que as eleições podem dar a "legitimidade" para a realização dessas mudanças por um presidente da República. "Quem for eleito tem que aproveitar os primeiros seis meses para fazer todas as reformas para poder deslanchar", afirmou. Com informações da Folhapress.