Três cidades paulistas racionam água em razão de baixa nos reservatórios

As cidades de Itu, Valinhos e Vinhedo, no interior de São Paulo, já anunciaram racionamento de água em função da falta de chuvas que tem afetado o nível dos reservatórios.

© Reuters

Brasil Armazenamento 06/02/14 POR Agência Brasil

Diante do agravamento da situação, um comitê para gerenciamento de crise foi formado pelos governos estadual e federal para acompanhar a operação do Sistema Cantareira, que é o maior do estado. Participam do grupo representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), do Departamento Estadual de Água e Energia Elétrica (Daee) e dos comitês de bacias do Alto Tietê e dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

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“Eles vão fazer acompanhamento diário, tomar as providências no sentido de minimizar os riscos de desabastecimento, principalmente dando prioridade ao consumo humano”, explicou o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni. Ele destacou que, embora algumas cidades já estejam adotando o rodízio de abastecimento, os municípios atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ainda não passam por racionamento. A companhia abastece 364 do total de 645 municípios do estado.

O governo estadual ainda não trabalha com a possibilidade de desabastecimento nessas cidades. “Estamos esperando a volta da normalidade das chuvas a partir da segunda quinzena de fevereiro”, informou. O secretário aposta que as medidas adotadas, como campanhas de conscientização, bônus na conta de água para quem economizar e criação do comitê, serão suficientes para sair do período de estiagem sem grandes prejuízos. Ele disse que só será possível avaliar o impacto da estratégia de desconto na tarifa nos próximos dias.

Giriboni informou que o comitê será responsável por acolher as demandas apresentadas pelos consórcios de bacias e decidir sobre essas questões. “O grupo foi criado para administrar demandas dos dois comitês [Alto Tietê e PCJ]. Não é uma decisão política, é técnica que cabe ao comitê fazer a avaliação”, apontou. Um dos pedidos, apresentado pelo Consórcio PCJ, reivindica a mudança na partilha de água feita entre os municípios da região de Campinas, Piracicaba, Limeira e a região metropolitana de São Paulo.

Alexandre Vilela, gerente técnico do consórcio, explica que, em momentos de cheia dos reservatórios, São Paulo tem direito a 31 metros cúbicos por segundo (m³/s) e o PCJ, a 5 m³/s. Agora, em que se vive uma estiagem, as proporções são 24,8 m³/s e 3 m³/s. Esses volumes são definidos pela Agência Nacional de Água (ANA). “Ainda que, com vazões menores, isso se prolongaria até que a gente consiga ter chuvas”, apontou. Ele destaca que essa região compreende 62 municípios, com cerca de 5 milhões de pessoas.

A cidade de Valinhos, que já havia feito rodízio entre bairros na segunda-feira (3), vai adotar racionamento a partir de amanhã (7). O município foi dividido em sete áreas, de acordo com os dias da semana, e duas delas ficarão sem água duas vezes por semana, em dias intercalados. A suspensão ocorrerá por 18 horas, iniciando-se às 10h e retornando às 4h do dia seguinte. De acordo com a prefeitura, essas manobras obedecem a critérios exclusivamente técnicos. Também poderão ser notificadas e multadas, em R$ 336, as pessoas que molharem quintais e jardins ou lavarem calçadas nesse período.

A concessionária Águas de Itu também está racionando água no município das 20h às 4h. O objetivo é recuperar o nível dos mananciais, que estão atuando com menos de 10% da capacidade. A situação mais grave ocorre na região de São Miguel, responsável por alimentar a Estação de Tratamento de Pirapitingui, que secou completamente. O rodízio no abastecimento será feito nos próximos 20 dias para reequilibrar o sistema.

Em Vinhedo, o racionamento ocorre desde dezembro. De acordo com a prefeitura, não chove no município há pelo menos 90 dias. A cidade conta com um sistema de monitoramento que aponta as regiões onde o consumo está acima da média. Nessas localidades, o abastecimento é suspenso por duas ou três horas, podendo chegar a até quatro horas, se a situação for crítica. As casas que possuem caixa d'água não estão enfrentando dificuldades, pois o período sem água é suprido pela reserva. Mas quem depende da água na torneira, já sente o impacto no momento da suspensão.

Caso não chova nos próximos 15 ou 20 dias, a situação deve se agravar em Vinhedo, aponta o governo municipal. O horário de racionamento deve ser ampliado. O município conta com três represas, as quais estão com um volume pelo menos três vezes abaixo do normal. A Represa 1, por exemplo, deveria estar com 4 metros, mas está com 1,2 metro. Além disso, deveria receber água do Cantareira, mas, como o sistema está com um volume armazenado de apenas 20,6%, a transferência foi suspensa.

Já em Sorocaba, embora não haja racionamento, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto da cidade (Saae) informou que há dificuldades para repor a água na mesma velocidade com que ela está sendo consumida, por causa do clima quente. Isso está fazendo com que algumas regiões fiquem um período do dia desabastecidas. A prefeitura destaca que os mananciais da cidade operam com níveis normais.

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