© Marcos Corrêa/PR
O presidente Michel Temer discute os nomes do ministro Raul Jungmann (Defesa) e do ex-secretário do Rio de Janeiro José Beltrame para o comando do novo Ministério da Segurança Pública, que deve ser anunciado nas próximas semanas.
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A informação de que o emedebista pretende criar a pasta foi antecipada pela Folha de S.Paulo em janeiro e faz parte de estratégia do presidente de criar uma marca para seu governo na área de segurança pública.
Segundo uma pesquisa interna, promovida pela direção nacional do MDB, o tema é um dos que mais preocupam os brasileiros para o processo eleitoral deste ano.
A ideia do presidente, que cogita disputar a reeleição neste ano caso melhore seus índices de aprovação, é de se antecipar ao pré-candidato do PSDB Geraldo Alckmin que já disse que criará a pasta caso seja eleito presidente.
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A mesma pesquisa mostra que a reforma da Previdência é um dos assuntos que mais influenciam a desaprovação de Temer. A ideia é usar a pauta positiva da segurança para elevar os índices de aprovação do governo.
Em conversas reservadas, o emedebista já disse que decidiu anunciar a estrutura, que será responsável por um assunto hoje sob o controle do Ministério da Justiça, mas ainda pondera os impactos da iniciativa.
CUSTOS
Além da repercussão negativa pela criação de uma nova pasta, ele prevê que a estrutura terá maior impacto financeiro à máquina pública e trará para o governo federal a responsabilidade sobre um tema de esfera estadual.
Pelo esboço feito pelo Palácio do Planalto, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal seriam deslocadas para a estrutura, assim como a Força Nacional.
Por isso, o presidente tem avaliado deslocar Jungmann da Defesa para a Segurança Pública. Nos últimos meses, ele assumiu protagonismo nas discussões sobre o tema por conta da falta de familiaridade do ministro da Justiça, Torquato Jardim, com o assunto.
Ele também tem considerado, na tentativa de dar um peso maior ao anúncio, indicar José Beltrame, do MDB, que já foi anteriormente cotado para a Secretaria Nacional de Segurança Pública e é considerado um nome técnico e de prestígio.
Ele é defendido pela cúpula do governo federal e tem o apoio da bancada fluminense, a de maior peso no MDB da Câmara.
No esforço de criar uma marca sobre o tema, o presidente se envolveu pessoalmente nesta semana na crise dos refugiados venezuelanos e tem priorizado um pacote legislativo de medidas de segurança pública.
Elas preveem, por exemplo, o aumento de penas de crimes de alta periculosidade e da progressão penal para crimes graves, além do monitoramento de conversas de chefes de facção em presídios federais.A pauta tem o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), mas, em ano eleitoral, deve ter dificuldades para ser aprovada. Com informações da Folhapress.