© Reuters / Ricardo Moraes
Apesar da presença de militares e tanques nas ruas do Rio, o porta-voz do Comando Militar do Leste, Carlos Frederico Cinelli, disse neste sábado (17) que as operações sob o regime de intervenção na segurança do Rio ainda não foram iniciadas.
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Segundo ele, o interventor Walter Souza Braga Netto deve esperar a votação, pelo Congresso, do decreto de intervenção assinado nesta sexta pelo presidente Michel Temer para começar a pôr em prática a nova estratégia para a segurança no Estado.
A primeira sessão na Câmara dos Deputados para analisar o decreto está marcada para esta segunda (19). Depois, o texto ainda será apreciado pelo Senado.
Cinelli disse que eventuais operações que venham a ser realizadas nos próximos dias ainda são parte de planejamento anterior ao decreto, sob o regime de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
A presença de militares nas ruas neste sábado, disse, faz parte de um esquema de segurança para a visita de Temer, que participa de reunião com autoridades do Estado para apresentar o interventor.
A diferença entre os dois regimes é que, sob intervenção, o general Braga Netto assume o comando da segurança pública do Estado, com poder para gerir recursos e definir nomes para comandar as forças estaduais.
O interventor é como um governador da segurança pública, explicou Cinelli, em entrevista antes de reunião entre Temer, Braga Netto e autoridades fluminenses, no Rio.
Na GLO, as Forças Armadas atuam em parceria com o governo estadual, que é quem define as estratégias.
A intervenção foi decretada na sexta com o argumento de que o Rio perdeu as condições de gerenciar a área. Em crise financeira, o Estado vem experimentando crescimento nos índices de criminalidade.
Nesta manhã, autoridades das Forças Armadas que atuam em parceria com o governo do Estado na GLO estão reunidas para começar a traçar estratégias para a intervenção na segurança pública do Estado.
CRIVELLA
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), que estava em viagem ao exterior desde domingo, também participa do encontro.
Crivella foi para a Europa alegando que buscaria soluções para a segurança da capital. Ele estava fora da cidade durante parte do carnaval e do temporal de quarta (14) à noite, que gerou grandes transtornos à população.
Bastante criticada, a viagem custou cerca de R$ 130 mil. Crivella chegou ao Rio na manhã deste sábado.
Além de Temer, participam da reunião no Rio, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Moreira Franco, entre outros. Com informações da Folhapress.