© Goran Tomasevic/Reuters
Muitas pessoas acreditam que tomar bebida alcoólica de vez em quando não faz mal à saúde. O que muita gente não sabe são os efeitos que o consumo excessivo pode causar, seja ele de curto ou longo prazo.
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De acordo com a médica Carolina Pimentel, gastroenterologista do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, quanto mais etanol no corpo, mais o fígado trabalha, já que o órgão é responsável pelo metabolismo do organismo. “As outras funções ficam prejudicadas porque o fígado desvia para essa urgência, prejudicando o metabolismo”, explica.
Outro fator importante causado pelo álcool é o sobrecarregamento do rim. O etanol atrapalha a função do hormônio diurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que o rim deixe de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual. “Como a bebida leva o corpo a fazer um esforço muito grande para colocar a substância para fora, é preciso diluir em água e eliminar na forma de urina, causando a desidratação”, afirma.
Para a doutora o pior consumo é aquele que é feito de uma vez só. “Se uma mulher bebe mais de 20g de etanol, diariamente, por mais de 10 anos, ela corre o risco de causar uma cirrose no fígado. Nos homens, o número consumido pode chegar a 60g por dia”, explica.
Mas a médica alerta: “Cada corpo reage de uma maneira, tudo depende da forma de consumo, tipo da bebida, frequência e sexo da pessoa”. A bebida alcoólica também acelera o metabolismo, aumenta a pressão arterial, fazendo a pessoa suar mais e perder os sais minerais.
O nosso organismo conta com uma barreira que separa as toxinas para que elas não entrem no cérebro. Porém, o etanol é capaz de passar essa barreira no córtex cerebral, que cuida da nossa movimentação, e atinge o cerebelo, a parte que controla o equilíbrio, prejudicando a capacidade de coordenação, fazendo com que algumas funções fiquem lentas.
Se engana quem pensa que não apresentar os efeitos do álcool não terá problema. “A pessoa que não fica bêbada apenas não tem esses efeitos tão grandes, mas eles acontecem dentro do organismo. Esse é o perigo do álcool, achar que sem sintoma a pessoa está bem. Os sintomas de uso crônico podem demorar muito para aparecer e quando aparecem já pode ser sinal de doença avançada”, explica Pimentel.
A médica diz que é importante beber com moderação, estar sempre bem hidratado, evitar a exposição ao calor e estar bem alimentado, já que o jejum aumenta os sintomas da bebida.Além da cirrose, o álcool pode causar doenças no sistema nervoso, demência, problemas de coração como cardiopatia cirrótica, prejuízo no pâncreas, pancreatite, câncer de pâncreas, alterações no intestino, perda de musculatura, diminuição no apetite e desnutrição.
Quem bebe grandes quantidades, diárias ou não, deve conversar com seu médico para fazer exames e investigar os sinais de comportamento do fígado por causa das bebidas.
“Consumir grandes quantidades eventualmente pode ser tão danoso quanto o consumo diário. Alcoólatra não é só quem bebe todo dia”, finaliza. Com informações do Portal do Governo do Estado de S. Paulo.