© Reuters / Enrique Castro-Mendivil
O juiz peruano Richard Concepción decidiu, nesta segunda-feira (19), solicitar aos Estados Unidos a extradição do ex-presidente do Peru Alejandro Toledo por alegadamente receber subornos da construtora brasileira Odebrecht, um montante estimado em 20 milhões de dólares (R$ 64 milhões, aproximadamente).
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O magistrado, titular do Primeiro Julgado de Investigação Preparatória da Sala Penal Nacional do Peru, já emitiu há um ano uma ordem internacional de captura contra Toledo, que continua a residir na Califórnia, sem que tenha sido detido.
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A Toledo, que foi presidente entre 2001 e 2006, são imputados alegados crimes de tráfico de influência, colusão e lavagem de ativos em prejuízo do Estado, sem que nenhum tenha ainda prescrito, recordou o juiz no seu texto.
Segundo as investigações realizadas pela Procuradoria, Toledo recebeu 20 milhões de dólares da Odebrecht para a beneficiar na adjudicação dos troços 2 e 3 da Autoestrada inter oceânica do Sul, que atravessa o Peru desde a costa do oceano Pacífico até à fronteira com a Bolívia e o Brasil.
Os pagamentos ilícitos foram depositados nas contas bancárias de empresas 'offshore', instaladas em paraísos fiscais, como a Trailbrifde Ltd., a Merhav Overseas Limited e a Warbury and Co., propriedade do empresário israelita Yosef Maiman, amigo pessoal de Toledo.
Estes fundos teriam sido transferidos para a empresa Ecoteva, fundada em 2012 na Costa Rica pela sogra de Toledo, Eva Fernenbug, para pagar as hipotecas das casas do ex-presidente em Lima e na estância balnear de Punta Sal, além de outra casa e um escritório em Lima, num valor próximo dos cinco milhões de dólares (cerca de R$ 16 milhões), em negociações em que o ex-presidente teria participado.
Toledo é uma das figuras políticas de primeiro plano no Peru mais afetadas pelo caso Odebrecht, o maior escândalo de corrupção na América do Sul, devido aos subornos pagos no país entre 2005 e 2014.
Este período abarca os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011), investigado por subornos pagos para construir o Metro de Lima, e Ollanta Humala (2011-2016), que está em prisão preventiva por alegado financiamento irregular das suas campanhas eleitorais.
Também estão sob investigação a líder do partido fujimorista [de Alberto Fujimori, presidente entre 1990 e 2000] Força Popular, Keiko Fujimori, e a ex-chefe da autarquia de Lima, Susana Villarán, por alegados financiamentos eleitorais com fundos da Odebreht, entre outros políticos, como alguns governadores regionais. Com informações da Lusa.