© Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil
Desconfiança. Assim reagiram moradores do Complexo do Chapadão à primeira ação de intervenção do Exército, na final da tarde dessa segunda-feira (19), no Rio de Janeiro. Foram fechadas entradas de bairros como Guadalupe, Pavuna e Anchieta, todos na zona Norte. "Essa intervenção é apenas uma maquiagem. Já vi isso outras vezes. Daqui a um tempo, vai tudo continuar como era antes", afirmou a motorista Cristina Piranga, de 37 anos.
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Em entrevista à Folhapress, a moradora de Guadalupe era uma das que observava as barreiras erguidas nas regiões consideradas mais perigosas. É por elas que passam os chamados bondes – grupos de traficantes fortemente armados.
Muitos, ao contrário da motorista, preferiram não se manifestar sobre a ocupação, que gerou muito engarrafamento na região. Na opinião de Piranga, que vive em uma localidade considerada extremamente perigosa do bairro e presencia ""tiroteio, bailes intermináveis e cargas sendo vendidas" , a intervenção só expõe "o filho dos outros" (sic).
À agência de notícias, o aposentado Jair Matias, 58, também relatou descrença com a operação militar: "Aqui tem muito bandido. Tem que colocar uns 200 tanques desses", referindo-se a um tanque Guarani – blindando do Exército de sete metros de comprimento e capacidade para transportar até 11 militares."Vamos ver o que vai acontecer. Torço pelo sucesso, mas não acredito muito", completou o aposentado.