© Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
Clube formador de Neymar, o Santos recebeu, no último ano, quase R$ 34 milhões do Paris Saint-Germain pela transferência do jogador. Nos últimos dias, no entanto, o clube descobriu que está sendo cobrado pela intermediação do acordo, que é praxe em transações internacionais e está previsto nos regulamentos da Fifa.
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Em meio a um processo de "arrumação da casa", a atual diretoria alvinegra contratou uma auditoria para avaliar se precisa, ou não, quitar a suposta dívida. A apuração nas contas alvinegras, promessa do presidente José Carlos Peres já em seu discurso de posse, mostrou que o clube está sendo cobrado pelos serviços de intermediação de um dirigente ligado à antiga diretoria, realizados por uma empresa maltesa, para receber o mecanismo de solidariedade pela transferência.
Na ocasião, o Santos levou 4% do total gasto pelo clube francês, no que foi a contratação mais cara da história do futebol mundial. Neymar esteve no Santos entre os 12 e os 21 anos, o que dava à equipe brasileira direito ao valor.
O montante exigido pela intermediação gira entre 5% e 10% do total recebido pelo Santos, ou seja, de R$ 1,7 milhões a R$ 3,4 milhões. A transação já começou a ser investigada pelo Conselho Deliberativo do clube, por meio da Comissão de Inquérito e Sindicância. Internamente, os dirigentes do clube questionam o fato de que o serviço não precisaria de intermediário, uma vez que o Santos possui um departamento jurídico próprio.
O pedido de recebimento da intermediação ainda reserva outra curiosidade. Foi realizado em dezembro, dias após a derrota do ex-presidente Modesto Roma nas urnas, e com a observação de que deveria ser feito de forma retroativa, colocando que os trâmites foram feitos na data de negociação de Neymar.
O Santos ainda adota cautela, mas não pagou o montante. O clube contratou uma auditoria independente e começou a vasculhar uma série de contratos dos últimos cinco anos. Na primeira entrevista coletiva, minutos após ser eleito, o presidente José Carlos Peres afirmou que o clube começaria a "arrumar a casa" e que temia, com isso, "descobrir alguns esqueletos".
Na ocasião, Peres ainda afirmou que tinha uma série de dúvidas sobre o pagamento de compra de direitos econômicos de atletas e que suspeitava que a dívida total do clube ultrapassava a casa dos R$ 460 milhões. (Folhapress)