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Uma juíza da nona seção do Tribunal de Milão, na Itália, revelou nesta quinta-feira (22) as motivações da sentença aplicada ao atacante brasileiro Robinho em novembro de 2017 por "violência sexual em grupo" contra uma jovem albanesa.
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De acordo com o relatório de 28 páginas, o atual atacante do time turco Sivasspor, Robson de Souza Santos, e seu amigo Ricardo Falco mostraram um "desprezo absoluto" pela jovem "exposta a humilhações repetidas, bem como a atos de violência sexual pesados", descrito em suas "conversas interceptadas".
"Termos chulos e desdenhosos, sinais inequívocos de falta de escrúpulos e quase consciência de uma futura impunidade", diz o texto, ressaltando que "isso levou o acusado até mesmo a rir várias vezes do incidente, destacando assim um absoluto desrespeito pela condição da vítima".
O caso ocorreu em 22 de janeiro de 2013, quando Robinho defendia o Milan e a vítima tinha 22 anos. Segundo a investigação, o ato teve a participação do jogador e de mais cinco amigos. Apenas Falco foi identificado, enquanto os outros quatro réus não foram rastreados pela Justiça, que suspendeu o processo contra eles. Os dois foram condenados a nove anos de prisão e respondem o processo pelo crime de violência sexual em grupo com abuso de "condições de inferioridade física e mental" da jovem, já que ela havia ingerido bebida alcoólica. A juíza Mariolina Panasiti, juntamente com Piera Gasparini e Simone Luerti, decidiu pela pena após "avaliar a personalidade dos perpetradores de abuso".
A jovem mulher que foi estuprada, aos 23 anos, depois de quase quatro anos, mostrou "ainda os sinais" de um "trauma psíquico". E isso, para a Corte, é observado em seu testemunho. "Uma história caracterizada agora por emoção intensa, por tons subjugados, típicos de uma pessoa que chegou com esforço para fazer a queixa, e isso parecia particularmente fraco diante do caso". Segundo o depoimento da vitima, ela já conhecia Robinho e alguns de seus amigos e estava com o grupo e duas amigas no Sio Café, em Milão, para uma festa de aniversário. Em determinado momento, segundo a albanesa, suas amigas foram embora e Robinho levou a esposa para casa. Os réus então teriam oferecido bebida à vítima até "deixá-la inconsciente e incapaz de se opor". Na reconstrução elaborada pela Procuradoria, o grupo levou a jovem para o guarda-volumes da boate e, se aproveitando de seu estado, manteve "múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela". A defesa, por sua vez, afirma que não há nenhuma prova de que a albanesa não tenha consentido com a relação nem de que ela teria ingerido bebida alcoólica. No Facebook, a equipe de Robinho diz que ele "já se defendeu das acusações, afirmando não ter qualquer participação no episódio". O processo de recurso ainda está em andamento. (ANSA)