© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Apesar do discurso petista de que "eleição sem Lula é golpe", o ex-ministro José Dirceu tem admitido, em reuniões, a hipótese de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participar da corrida presidencial. Nas conversas com militantes, Dirceu tem traçado cenários até mesmo para o caso de prisão do ex-presidente.
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Segundo Dirceu, Lula não pode simplesmente fazer suas malas e ir à carceragem se for condenado à prisão. Na sua opinião, "Lula tem que fazer um gesto" de resistência para demonstrar a gravidade do momento e estimular a ida dos militantes às ruas.
Ainda segundo interlocutores, Dirceu aposta no lançamento da candidatura do ex-governador da Bahia Jaques Wagner à Presidência caso Lula seja impedido de concorrer.
Na avaliação de Dirceu, Wagner tem trânsito no PT e nos partidos de esquerda, além de contar com um patamar eleitoral no Nordeste. Esse diagnóstico foi feito, no entanto, antes da ação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (26) na casa do ex-governador, como parte da Operação Cartão Vermelho.
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Embora a considere bem mais remota, Dirceu não descarta a possibilidade de Lula optar pela candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad, desde que ele possa herdar os votos do ex-presidente no Nordeste.
Em seus cálculos, Dirceu afirma que o PT estará no segundo turno "com ou sem Lula". Ex-presidente do PT, Dirceu tem feito críticas ao atual comando do partido. Ele tem criticado, particularmente, o fato de os principais dirigentes partidários serem candidatos nas próximas eleições.
Apesar de chamar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), de combativa, Dirceu lamenta que maior parte da cúpula partidária esteja, na sua opinião, dedicada à própria eleição em vez de focar sua energia na consolidação das bases partidárias.
Condenado na Operação Lava Jato, Dirceu cumpre prisão domiciliar em Brasília, onde tem se reunido com militantes petistas e dirigentes de movimentos de esquerda. Com informações da Folhapress.