© Marco Bello/Reuters
A Coreia do Norte pode ter ganho mais de 200 milhões de dólares (R$ 660 milhões) através de bitcoin e outras criptomoedas, informam fontes na inteligência dos EUA.
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Na sexta-feira (2), a rádio estatal estadunidense Radio Free Asia informou que, segundo a ex-funcionária da Agência de Segurança Nacional, Priscilla Moriuchi, Pyongyang teria minerado ou roubado mais de 11.000 bitcoins em 2017.
Tendo em consideração o valor atual da criptomoeda (11.300 dólares ou R$ 36.800), os bitcoins que pertencem à Coreia do Norte valem cerca de 120 milhões de dólares (R$ 360 milhões). Mas se os norte-coreanos monetizaram seus bitcoins em dezembro, quando seu preço atingiu 20.000 dólares (R$ 66.000), eles ganharam 210 milhões de dólares.
Pyongyang está investindo nas cripotomoedas para evadir as sanções internacionais nos seus mercados monetários. Transações com bitcoins continuam sendo não reguladas e indetectáveis, o que as faz a moeda perfeita para um país que está sob pressão econômica dura, como a Coreia do Norte. Em 2017, Pyongyang foi acusada várias vezes de realizar ataques de hackers contra as bolsas de criptomoedas.
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O maior roubo ocorreu em junho, quando a Coreia do Norte alegadamente atacou a bolsa de criptomoedas sul-coreana Bithumb, a quarta maior casa de câmbio de criptomoedas no mundo. Os hackers usaram malware e e-mails falsos para se apoderarem das moedas digitais dos usuários da bolsa. Segundo vários dados, os norte-coreanos roubaram 7,4 milhões de dólares (R$ 24 milhões).
De acordo com a empresa de cibersegurança norte-americana Recorded Future, no fim de 2017, Pyongyang realizou um ciberataque contra a bolsa Coinlink. Os hackers tentaram roubar as senhas e e-mails de funcionários da Coinlink, mas o ataque foi repelido.
Em janeiro de 2018, 500 milhões de dólares (R$ 1,63 bilhões) em criptomoeda desapareceram da bolsa japonesa Coincheck após um ataque de hackers. A inteligência japonesa está investigando o caso, mas a Coreia do Norte é seu principal suspeito.
Segundo Moriuchi, Pyongyang vendeu seus bitcoins quando o preço era extremamente alto. "Posso apostar que essas divisas se transformaram em alguma coisa – moeda ou bens físicos – para suportar a programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte", disse ela.
"A Coreia do Norte tem redes criminosas extensas que têm permanecido bem estabelecidas por décadas para facilitar atividades ilegais. Se Pyongyang pudesse monetizar [criptomoedas] em moedas físicas, seria relativamente fácil para ela transferir esse dinheiro à Coreia do Norte e comprar bens usando moeda física", concluiu Moriuchi. Com informações do Sputnik Brasil.