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O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque afirmou em depoimento à Polícia Federal que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster se negou a fazer uma auditoria sobre um prédio da BR Distribuidora. Renato Duque declarou que a ex-chefe da estatal não permitiu a análise, pois "iria feder".
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Graça foi presidente da BR Distribuidora de 2006 a 2007 e da Petrobrás entre 2012 e 2015. Duque está preso desde março de 2015 e tenta fechar um acordo de delação premiada. Ele prestou depoimento em 7 de fevereiro, à Polícia Federal.
O ex-diretor relatou que, em 2006, Graça o procurou para tratar de um prédio da BR. Como chefe da área de Serviços, cabia a Duque "atuar em situações de contratos como esse da BR, dando parecer com relação a contratos".
Segundo Renato Duque, a então presidente da subsidiária da Petrobras "acreditava que o aluguel da sede da BR estava muito caro" e pediu que ele achasse alternativas. "Graça confidenciou ao declarante que acreditava que esse contrato teria envolvido o pagamento de propina, dado o seu valor desproporcional, e que os envolvidos na assinatura do contrato haviam sido Rodolfo Landim (presidente da BR) e Nelson Guitti (diretor Financeiro da BR)", narrou.
"O declarante sugeriu que Graça então pedisse uma auditoria no contrato e Graça achou melhor não, porque Landin era ligado a Dilma e que por conta disso não iria mexer nisso porque 'iria feder'; que Graça então insistiu para que o prédio fosse passado adiante e então a solução encontrada foi repassá-lo à Petrobras, tendo virado então um prédio universidade da Petrobras."
À PF, Renato Duque afirmou que "dessa forma contornou-se a questão do valor que a BR estava arcando". No depoimento, o ex-diretor da Petrobras falou também em cima de declarações que o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, delator e condenado da Lava Jato, sobre outro prédio da BR.
O Termo 37 da colaboração premiada de Cerveró aponta que em 2010 decidiu-se pela mudança da sede da BR Distribuidora para um espaço maior com um contrato de 20 anos. "Todos os prédios da Petrobras são subordinados à Diretoria de Serviços, na época ocupado por Renato Duque. Foi criado um grupo dentro da diretoria de serviços pela diretoria da BR, para encontrar um prédio que atendesse essa demanda", relatou Cerveró.
O ex-diretor da área Internacional narrou que a proposta de propina era de R$ 6 milhões "a serem divididos igualmente" para ele próprio, Renato Duque e operador financeiro Fernando Soares, o Fernando Baiano, também delator da Lava Jato, "para assegurar a contratação para a BR Distribuidora". Cerveró declarou ter recebido R$ 1,4 milhão em espécie. O ex-dirigente afirmou que gastou o dinheiro "integralmente".
"A entrega do prédio atrasou, por cerca de seis meses, para a adequação as questões de água e esgoto e atendimento a demandas de pessoal da BR Distribuidora", afirmou.
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Em seu depoimento, Duque negou ter recebido propina. O ex-diretor da área de Serviços confirmou que Cerveró o procurou para que ele "agilizasse o parecer para que o contrato andasse". "Nunca recebeu vantagem indevida por conta da situação narrada por Cerveró; que nunca lhe foi ofertada vantagem indevida, seja por Cerveró ou Fernando Soares; que Cerveró lhe solicitou agilizar procedimentos, mas que isso não exigia nada fora do comum no âmbito das funções do declarante", afirmou o ex-diretor.
A reportagem tentou contato com Dilma Rousseff, Rodolfo Landim e Nelson Guitti e Graça Foster, sem retorno. Com informações do Estadão Conteúdo.