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A partir do segundo semestre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) deve dar início ao processo de vendas externas de inteligência sobre a agropecuária brasileira para países que pretendem investir no País. O presidente da ABDI, Luiz Augusto de Souza Ferreira, disse que players como China, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, integrantes do Reino Unido e Israel já têm solicitado à entidade informações referentes ao cenário macroeconômico e geográfico, análises sobre as melhores áreas de plantio para determinadas culturas, etc.
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"Temos um decreto da Presidência que autoriza o nosso contato direto com as agências de inteligência de outros governos, o que pode facilitar as relações entre os países e trazer investimentos para o Brasil", afirma o executivo.
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Esta será a primeira forma de angariar recursos para a agência, além do orçamento anual de R$ 100 milhões proveniente da contribuição do setor industrial. Em um segundo momento, existe a expectativa de que o mercado interno também solicite informações levantadas pela ABDI, mas em menor escala. Atualmente, a área que fará a comercialização da inteligência está em processo de estruturação, assim como os valores que serão cobrados pelo serviço.
Em linhas gerais, a ABDI é uma agência do governo federal voltada para geração de inteligência no setor produtivo. No agronegócio, os objetivos principais são desenvolvimento de soluções para redução de custo e aumento de produtividade, auxílio à exportação de cultivos e inovação.
"Temos projetos como análise de solo, uso de sensores e geolocalização em áreas de grãos no Centro-Oeste. Em São Paulo, atuamos com melhoramento genético para a pecuária. No Nordeste, estamos com programas em Petrolina (PE) para fomento à exportação de suco, ao invés do embarque de produtos primários e no Norte, o principal projeto é de auxílio ao café conilon para exportação", destaca Ferreira.
Infraestrutura
Paralelo à venda de inteligência, a ABDI está com um projeto de investimento na infraestrutura de dois aeroportos localizados em Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), para internacionalizá-los e, assim, permitir a exportação de café saindo pelo Norte.
"Fizemos estudos sobre o que era preciso para que os cafeicultores Cacoal (RO) tivessem acesso ao mercado externo e descobrimos que não havia rota de exportação porque os aeroportos não eram internacionais. Vamos arcar com um custo entre R$ 7 e R$ 8 milhões para os equipamentos e cedê-los à Infraero para que seja feita a internacionalização.
Podemos fazer este tipo de processo porque todo o gargalo no desenvolvimento industrial é de interesse da ABDI e nossos trâmites são menos burocráticos por não se tratar de um orçamento com recursos públicos. Trabalhamos em um sistema parecido com o do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)", explica o presidente.
A estimativa é que até o final de 2018 todos os equipamentos tenham passado pelo edital de compra e sejam entregues à Infraero. Com informações do Estadão Conteudo.