Doria não explica decreto que o beneficia com segurança pessoal

Tucano poderá desfrutar da proteção policial durante o período em que eventualmente estiver em campanha para o governo de São Paulo

© Reuters / Stringer .

Brasil SP 06/03/18 POR Folhapress

O prefeito João Doria (PSDB) se recusou a explicar os motivos que o levaram a publicar um decreto que estendeu para ex-prefeitos os serviços de segurança pessoal prestados pela Polícia Militar atualmente ao chefe do Executivo da cidade de São Paulo.

PUB

Doria deve deixar a prefeitura no início de abril para concorrer ao cargo de governador do estado. Agora, com o decreto assinado por ele, o tucano poderá desfrutar da proteção policial durante o período em que eventualmente estiver em campanha ao governo e, independentemente do resultado de uma possível eleição, ainda assim receberá os serviços da Polícia Militar.

Segundo o decreto, revelado pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (5), o ex-prefeito terá direito ao serviço pelo período de um ano a partir do momento em que deixar o cargo -por isso, Doria será o primeiro beneficiado.

+ Intervenção no Rio é apoiada por 69% dos brasileiros, diz pesquisa

Na tarde desta terça-feira (6), em evento oficial da prefeitura na zona leste da cidade, Doria se negou a responder às cinco perguntas feitas pela reportagem sobre o decreto. 

O evento era de inauguração de uma creche. Primeiro, ao ouvir os primeiros questionamentos, Doria disse que só responderia a perguntas sobre educação e que o decreto era uma questão a ser respondida pela Secretaria Municipal de Governo. A reportagem insistiu e ressaltou que o decreto é um tema que lhe diz respeito diretamente, e o prefeito apenas repetiu a primeira resposta.

Na sequência, perguntou a Doria o motivo de se restringir as respostas ao tema da educação, já que o prefeito costuma falar de temas gerais em suas entrevistas diárias. O prefeito repetiu: "Secretaria de Governo". E  acrescentou apenas que "hoje é como qualquer outro dia".

A promessa de falar apenas sobre educação, porém, foi quebrada logo em seguida, quando respondeu a duas questões sobre eleições. 

Logo após o evento, a reportagem ainda perguntou diretamente a Doria se o decreto seria revogado e se o dinheiro gasto com a segurança pessoal do futuro ex-prefeito não poderia ser investido em educação. O prefeito ignorou as questões.

AÇÃO POPULAR

O diretório municipal do PT protocolará na quinta-feira (8), na Justiça de São Paulo, uma ação popular contra Doria por danos ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios da administração pública, em especial na violação da moralidade pública e da impessoalidade.

"Do ponto de vista jurídico, João Doria de uma só vez violou diversos, senão todos, os princípios da administração pública, lesou o erário e ainda incorreu em benefício próprio", diz Victor Martins, advogado do diretório do PT. A ação será assinada por Martins e por Paulo Fiorilo, presidente do diretório.

A Assessoria Policial-Militar da Prefeitura do Município de São Paulo é um órgão vinculado à Secretaria de Governo da cidade e conta com membros do serviço ativo da Polícia Militar. De sua estrutura participam um coronel ou tenente-coronel da PM na condição de chefe; um major, como subchefe; e membros da divisão de planejamento e do Corpo de Segurança Pessoal e Física (Cosepe).

Os salários desses funcionários são pagos pela Polícia Militar, ao passo que gratificações são bancadas pela Prefeitura de São Paulo.A gestão nega aumento de custo e de efetivo com a nova medida. Além disso, destaca que ex-presidentes e ex-governadores recebem o benefício.

Tradicionalmente, cabe ao Cosepe a segurança pessoal do prefeito e de seus familiares, de sua residência e de autoridades em visita oficial, mediante solicitação do Executivo. Essas atribuições constavam já em decreto de 2008, do então prefeito Gilberto Kassab (PSD), mas que foi revogado para a inclusão do inciso que estende a segurança para os ex-prefeitos.

Cabe mais especificamente ao Cosepe a segurança do prefeito -e, agora, dos ex-prefeitos. O órgão deve -operacionalizar os serviços de segurança (...), tendo por missão precípua assegurar às autoridades atendidas a tranquilidade necessária para o exercício de suas atividades.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, não haverá aumento do efetivo nem de custos devido aos serviços que passarão a ser prestados a ex-prefeitos.

"Hoje, não existe regulamentação a respeito da segurança de ex-prefeitos, como já existe para ex-presidentes e ex-governadores, além de seus cônjuges, filhos e familiares. O decreto municipal segue os decretos das esferas federal e estadual. Para ex-presidentes, o benefício é vitalício, enquanto para governadores, vale por quatro anos após a saída do cargo. No caso da cidade de São Paulo, a medida vale para ex-prefeitos, seu cônjuge e filhos, por um período de um ano. Ressalte-se ainda que não haverá aumento de efetivo do dispositivo de segurança existente atualmente nem de custos da Prefeitura de São Paulo". Com informações da Folhapress. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Aposentados Há 21 Horas

Aposentadorias do INSS com reajuste serão pagas entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro

fama Despedida Há 19 Horas

Familiares e amigos se despedem de Ney Latorraca

esporte Violência Há 18 Horas

Cunhado da irmã de Endrick, do Real Madrid, é morto a tiros no Distrito Federal

fama LUTO Há 23 Horas

Ex-mulher de Ney Latorraca, Inês Galvão lamenta morte do ator

fama Dua Lipa Há 20 Horas

Dua Lipa está noiva? Um grande anel de diamantes indica que sim

fama Hospital Há 22 Horas

Internado, influenciador Toguro desabafa sobre morte da mãe em hospital

fama Enfermidades Há 21 Horas

Famosos que sofrem de doenças incuráveis e como lidam com os desafios diários

economia Dinheiro Há 18 Horas

Prazo para sacar o Abono Salarial termina nesta sexta

esporte Futebol Há 19 Horas

Ídolos da seleção aprovam nome de Ronaldo para a CBF

fama Relato Há 18 Horas

Atriz de Bridgerton revela que a mãe não gostou das suas cenas 'quentes'