© Valter Campanato/Agência Brasil
O juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, condenou, nesta quarta-feira (7), o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine a 11 de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
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Ele está preso desde junho do ano passado. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), Bendine recebeu R$ 3 milhões em espécie para favorecer a Odebrecht Ambiental.
Segundo informações do portal G1, Moro determinou o início de cumprimento da pena em regime fechado. De acordo com a sentença, a progressão do regime fica condicionada à devolução do “produto do crime”.
A denúncia do MPF tem por base as investigações referentes à 42ª fase da força-tarefa, denominada Operação Cobra, deflagrada no dia 27 de julho. De acordo com os investigadores, Bendine pediu à Odebrecht propina de R$ 17 milhões quando ainda era presidente do Banco do Brasil para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht Agroindustrial. À época, os executivos da empreiteira negaram o pedido por entender que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato.
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Em 2015, pouco antes de assumir a presidência da Petrobras, Bendine teria pedido nova propina à Odebrecht para atuar no interesse da empresa junto à petrolífera. Dessa vez, o ex- presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e o executivo Fernando Reis optaram por pagar a propina de R$ 3 milhões. As informações são da Agência Brasil.
Os indícios mostram que os pagamentos foram feitos em três repasses de R$ 1 milhão, todos em 2015, por meio de contratos fictícios de consultoria junto a uma empresa laranja, informou o MPF. Além de Bendine e Odebrecht, são réus no mesmo processo o então presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres Santos Reis, o doleiro Álvaro Novis, conhecido como Paulistinha, e os operadores Antônio Carlos Vieira da Silva e André Gustavo Vieira da Silva.
A força-tarefa afirma que as provas dessa negociação foram colhidas em depoimentos de colaboradores em acordos de delação premiadae e durante as buscas e apreensões feitas na 26ª fase da Lava Jato, denominada Operação Xepa. Ainda segundo a denúncia, Aldemir Bendine e os operadores financeiros dissimularam os pagamentos de propina ao descobrirem a existência das investigações no âmbito da Lava Jato. Eles declararam que o dinheiro teve origem nas consultorias prestadas à Odebrecht e recolheram impostos relacionados aos serviços. Para a força-tarefa, os acusados tentaram embaraçar as investigações ao cometerem tal ato.
Bendine presidiu o Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, quando substituiu Graça Foster na presidência da Petrobras.