Alckmin: ligações com cunhado suspeito de caixa 2 são 'aleivosias'

Nesta terça, Alckmin disse que "não teve nenhum encontro"

© Adriano Machado / Reuters

Política Explicação 13/03/18 POR Folhapress

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) disse nesta terça-feira (13) que são "um conjunto de aleivosias" as ligações apontadas em reportagem da Folha de S.Paulo entre ele e seu cunhado Adhemar Ribeiro, acusado por delatores da Odebrecht de ter recebido R$ 2 milhões em caixa dois para a candidatura do tucano em 2010.

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A reportagem mostrou que três empresas da família do governador têm ou tiveram como sede um edifício comercial de propriedade de Ribeiro na avenida Nove de Julho, no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista. Desde o fim de 2006, Alckmin mantém vínculo com o escritório do cunhado.

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O edifício de propriedade de Ribeiro tem uma descrição compatível com o imóvel onde teria ocorrido um encontro em 2010 no qual o governador teria pedido dinheiro à Odebrecht para financiar sua campanha ao governo do estado naquele ano, segundo um dos delatores da empreiteira, Carlos Armando Paschoal.

Paschoal, ex-superintendente da construtora em São Paulo, afirmou que foi levado por Aluízio de Araujo, conselheiro da Odebrecht morto em 2014, "a uma reunião com Geraldo Alckmin no escritório deste, na avenida Nove de Julho, próximo à avenida São Gabriel". 

Nesta terça, Alckmin disse que "não teve nenhum encontro". "Não, não teve nenhum encontro, e eu recebo muita gente, aliás, permanentemente, mas não me lembro de nenhum encontro", afirmou o governador. "Aliás, o doutor Aluízio é amigo da minha família e da família da minha sogra há 30 anos. Nada a ver com questão de natureza eleitoral."  

Alckmin também disse que "nunca teve cartão nenhum, de cunhado nenhum". Um dos delatores da Odebrecht disse ter recebido do governador um cartão com o nome e o telefone de Adhemar Ribeiro para que fosse combinado o esquema de caixa dois.

Ao explicar as três empresas com sede no edifício, o tucano disse que uma delas foi criada para que ele tivesse um registro de pessoa jurídica para receber por aulas lecionadas. "Quando saí do governo, não tinha renda, não tinha salário e não tinha aposentadoria. Eu fui trabalhar, fui dar aula, e, como não era registrado, tinha que ter uma pessoa jurídica para poder receber", disse.

Segundo ele, a outra empresa foi criada pelo filho Thomaz, que morreu em 2015, para vender seguros.

"Nunca vendeu seguro nenhum, a empresa nunca funcionou, e já foi fechada", afirmou.

"E a minha filha tem um blog, que não precisa nem ter espaço físico, pode até trabalhar de casa. Ela gosta de moda e faz esse trabalho junto ao blog. Essas são as três empresas lá citadas", completou, sem dar mais explicações. Com informações da Folhapress. 

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