Filho de Vladimir Herzog compara morte de Marielle à do pai dele

Ivo Herzog homenageou a vereadora morta nesta quarta-feira no Rio em publicação nas redes sociais

© Guilherme Cunha / Alerj

Brasil indignação 15/03/18 POR Notícias Ao Minuto

Um dos filhos do jornalista Vladimir Herzog, o engenheiro Ivo Herzog, homenageou a vereadora Marielle Franco e criticou a intervenção militar no Rio em publicação nesta quinta-feira (15) nas redes sociais do instituto que leva o nome do pai dele. Marielle foi morta na noite de quarta-feira (14) na região central da capital carioca, em circustâncias que apontam para a hipótese de execução.

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"Marielle Franco... assassinada. Não tem como eu não fazer paralelos com o assassinato do meu pai, 42 anos atrás. Ele tinha 38 anos. Ela 38 também. Pessoas que buscavam justiça, respeito e a verdadeira democracia. Há 42 anos meu pai foi morto por agentes do Estado por opor-se a uma política de Estado que tinha como inimigo eu, você. Nós cidadãos. Marielle morreu também (logo teremos certeza) por agentes do Estado. Estado que novamente impõe uma política contra mim, você, nós cidadãos", diz trecho do texto.

+ 'Foi um ato covarde', diz irmã de vereadora assassinada no Rio

Ivo relembrou as políticas executadas no Rio durante antes da realização de eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada. "Um Estado que precisa impor uma intervenção militar no Rio de Janeiro porque este mesmo Estado levou o Rio à falência. Foi conivente com a corrupção. Desconstruiu uma estrutura que deveria proteger e servi a sua população, substituindo por uma estrutura que cuida de poucos privilegiados e manda para os guetos aqueles que não se encaixam neste status-quo Olímpico ou de Copa do Mundo. Marielle denunciou isso", escreveu o engenheiro.

Além de Marielle, morreu no crime o motorista Anderson Pedro Gomes. O carro em que as vítimas estavam foi alvo de pelo menos nove disparos. Uma assessora que estava no banco do passageiro ficou ferida pelos estilhaços. A Polícia Civil investiga o caso.

Herzog morreu em outubro de 1975 em prédio do departamento do Centro de Operações de Defesa Interna, (CODI) de São Paulo. A versão oficial sobre a morte citava suicídio, mas foi provado que o jornalista morreu por espancamento.

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