Governo, entidades e sociedade civil discutem rotatividade

Governo, entidade representativas, acadêmicos e sociedade civil discutirão entre hoje (11) e amanhã (12) a rotatividade no mercado de trabalho. O objetivo do seminário promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é estudar o fenômeno, que atinge a mão-de-obra no Brasil e elaborar políticas públicas que solucionem os impactos negativos do fim da permanência do trabalhador nos postos de emprego.

© Reuters

Política MTE 11/03/14 POR Agência Brasil

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Ministério do Trabalho, a rotatividade alcança grande parte da mão-de-obra em determinados setores da economia – 93% na agricultura e 64% no comércio, por exemplo. Em termos gerais, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2012, a taxa de rotatividade no Brasil chega a 64%.

PUB

O fenômeno, identificado como a simples saída de um posto de trabalho para outro, tem basicamente duas justificativas possíveis. A primeira, de interesse do trabalhador, que deixa um emprego por outro que considera mais interessante – por melhor salário, oportunidade, condições ou conveniência. Nesse caso, a rotatividade é considerada positiva: é um indicativo de dinamismo do mercado, que tem demanda por mão-de-obra e valoriza os trabalhadores mais qualificados – o que se reflete no aumento dos salários oferecidos.

A segunda justificativa para a rotatividade é a demissão do trabalhador, por interesse do empregador, com o objetivo de contratar mão-de-obra mais barata. Nesse caso, o novo funcionário é admitido com salários mais baixos ou com menos benefícios do que o anterior. Esse tipo de rotatividade é considerado negativo, pois entende-se que há precarização da relação de trabalho.

Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o atual diagnóstico da rotatividade no Brasil tende ao lado positivo, da demanda por mão-de-obra no contexto em que se entende que o mercado está em pleno emprego. Segundo dados do Dieese, em janeiro deste ano, a taxa de desemprego no país foi de 9,5%,

“O emprego no Brasil está garantido neste ano. Não há risco. Pelo sétimo mês seguido temos aumento real de salários acima da inflação e aumento da geração de novos empregos. É sinal que vamos ter crescimento. Os números do Ministério do Trabalho são muito bons. O que nos preocupa não é agora, mas o momento que não estará tão bom quanto agora”, informou o ministro.

“Precisamos olhar para o mercado de trabalho brasileiro e entender porque, com o contexto que quase pleno emprego, temos taxa de rotatividade tão alta. Do lado empresarial, há queixa constante de que é caro demitir. Do lado dos trabalhadores, de que a demissão é feita para reduzir custos. As lógicas não batem”, argumentou o assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência, José Lopes Feijó.

Para o secretário de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Socal (MPS),  Leonardo Rolim, a atual legislação brasileira induz à rotatividade: é preciso que haja mudanças para reter os trabalhadores nas empresas.

“Ninguém ganha [com a rotatividade], as empresas perdem produtividade, o trabalhador perde direitos e o governo tem despesa. Hoje, a nossa legislação induz à rotatividade. Temos com desafio mudar essa lógica, ter uma legislação que induza os trabalhadores a ficarem mais tempo nas empresas. A fidelização é interessante para todos”, disse Rolim.

“Não há bala de ouro, uma única medida capaz de resolver esse problema, que é complexo. O convite para essa atividade é um grande desafio. Temos de abrir o diálogo sobre esse tema polêmico e que exigirá esforços de todos nos para enfrentá-lo”,  informou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

De acordo com o representante do Fórum Nacional de Secretários de Trabalho (Fonset), Nilton Vasconcelos, é importante que os setores governamentais, empresariais e laborais tenham em vista a proporção em que a rotatividade cresce no país e os encargos que a acompanham.

“Temos de saber se vamos ter mais recursos para essas políticas públicas ou não”, disse Vasconcelos, especialmente em relação ao pagamento de seguro-desemprego. Em 2013, o Ministério do Trabalho gastou cerca de R$ 30 bilhões com o pagamento do benefício. Com o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 678 para R$ 724 em 2014, o aporte pode ser ainda maior neste ano.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Liziane Gutierrez Há 15 Horas

Ex-Fazenda Liziane Gutierrez está presa no Marrocos há um mês

mundo Inglaterra Há 13 Horas

Mulher condenada por manter bebê em gaveta até os três anos na Inglaterra

fama Meghan Markle Há 14 Horas

Divórcio? Meghan Markle quebra o silêncio e surge sozinha em evento

fama Cristiano Ronaldo Há 8 Horas

Cristiano Ronaldo posa de sunga e detalhe chama atenção nas redes

politica Bolsonaro Há 12 Horas

PF: Bolsonaro 'planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva'

mundo França Há 6 Horas

Deputados da França comparam carne do Brasil a lixo; assista

esporte Brasil Há 13 Horas

Abel é chamado de burro pela torcida do Palmeiras

tech Espaço Há 14 Horas

James Webb mostra detalhes inéditos da galáxia 'Sombrero'; veja as fotos

fama Ana Paula Minerato Há 14 Horas

Ana Paula Minerato se desculpa por falas racistas e culpa o ex-namorado

fama Harry e Meghan Markle Há 4 Horas

Harry e Meghan seguem 'caminhos separados' após Dia de Ação de Graças