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A desembargadora que divulgou notícias falsas sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada na última quarta-feira (14) no Rio de Janeiro, se envolveu em outra polêmica. Marília Castro Neves fez uma postagem preconceituosa em um grupo do Facebook criticando a existência de professores com síndrome de Down.
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"Ouço que o Brasil é o primeiro em alguma coisa!!! Apuro os ouvidos e ouço a pérola: o Brasil é o primeiro país a ter uma professora portadora de síndrome de Down!!! Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social... Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?", escreveu a desembargadora na rede social.
A professora Débora Seabra, primeira professora com síndrome de Down do país, escreveu uma carta em resposta a uma postagem de Marília.
"Não quero bater boca com você! Só quero dizer que tenho síndrome de Down e sou professora auxiliar de crianças em uma escola de Natal (RN). (...) Eu ensino muitas coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais. (...) O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime. Quem discrimina é criminoso", escreveu a professora.
Segundo destaca o G1, Débora Araújo Seabra de Moura tem 36 anos e trabalha há 13 como professora auxiliar em uma escola particular de Natal. Ela também é autora de livro infantil chamado 'Débora Conta Histórias' (Alfaguara Brasil, 2013). Em 2015, Débora recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, por ser considerada exemplo no desenvolvimento de ações educativas no país ela recebeu.
A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down publicou uma carta de repúdio na segunda-feira (19). "A FBASD considera que a mensagem carregada de preconceito, ofende, definitivamente, os ditames impostos aos juízes por seu Código de Ética. Textos dessa natureza claramente denigrem a magistratura e, assim, devem ser rigorosamente apurados pelos órgãos competentes, tais quais a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e o Conselho Nacional de Justiça", diz o texto.