© Ueslei Marcelino / Reuters
As articulações estaduais estão prejudicando uma possível candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa à presidência da República pelo PSB.
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Em São Paulo, por exemplo, o vice-governador Marcio França, que assumirá o lugar de Geraldo Alckmin e deve concorrer à reeleição, já se comprometeu com o tucano, independentemente do que decidir a executiva nacional da legenda.
Em Pernambuco, onde o PSB sofre um racha desde a morte de Eduardo Campos, a viúva do ex-governador sinaliza apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela, inclusive, esteve na sede do instituto do petista, acompanhada do atual governador do Estado, Paulo Câmara, em mais um sinal de aliança. A ideia é que o PSB de Pernambuco apoie Lula e, em contrapartida, o PT não lance candidato ao governo local. Segundo fontes do partido, apoio ao nome de Ciro Gomes (PDT) também tem sido cogitado.
No entanto, na semana passada, Paulo Câmara esteve reunido com Barbosa, no apartamento do deputado federal Alessandro Molon (RJ), recém-filiado ao PSB. O encontro teria sido solicitado pelo próprio ex-ministro, de acordo com informações do Estadão.
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A iniciativa reacende a esperança em alguns entusiastas da candidatura de Barbosa à presidência da República, já que o maior objetivo da reunião com Paulo Câmara teria sido justamente a busca por apoio durante uma possível corrida eleitoral.
Convite
Ainda no ano passado, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, se reuniu com Barbosa e o convidou a se filiar ao partido, com o objetivo de disputar o Planalto. Questionado pelo O Globo, no mês passado, se o convite a Barbosa continuava de pé, Siqueira foi lacônico. "Não se deve retirar um convite que foi feito", disse. O prazo para que isto ocorra termina no dia 7 de abril.
O líder do partido na Câmara dos Deputados, Júlio Delgado, um dos maiores defensores do nome do ex-ministro para o Planalto, também se encontrou com ele, em janeiro último, e chegou a dizer que faria um manifesto a favor da sua candidatura, mas até agora não conseguiu viabilizar o documento.
"Se o PSB continuar com essa postura de não dar sequência ao convite que foi feito, defendo que ele (Barbosa) escolha um outro partido. E eu vou apoiá-lo onde estiver", afirmou.