Contra 'fantasma da prisão', índios 'fecham corpo' de Lula

Nesta quinta-feira (22), ex-presidente esteve no sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo (RS), durante a etapa da caravana pelo Sul do país

© Ricardo Stuckert / Divulgação

Política Ritual 22/03/18 POR Notícias Ao Minuto

O ex-presidente Lula visitou, na manhã desta quinta-feira (22), no quarto dia da caravana Lula pelo Brasil nos estados do Sul do país, o sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo (RS).

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No local, que é Patrimônio Mundial da Unesco, ele conversou com diversos índios remanescentes da etnia Mbyá-Guarani, povo que tinha a maior parte de sua população naquela região antes da chegada dos europeus.

Acompanhado do ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, do ex-ministro e pré-candidato ao governo do estado Miguel Rossetto, da ex-presidenta Dilma Rousseff e diversas outras lideranças do PT, Lula falou da necessidade em manter as chamadas Ruínas São Miguel das Missões como peça fundamental para conhecer a história do Brasil durante os últimos quatro séculos.

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“Eu quero agradecer aos companheiros que organizaram esta caravana porque geralmente a gente visita os lugares para fazer discurso. E fazer esta visita aqui nas ruínas foi possível ver que eles construíram uma coisa extraordinária e que este país poderia ter sido muito mais evoluído se não tivesse acontecido o extermínio daqueles que já moravam no Brasil antes da chegada dos europeus.”

Lula ouviu testemunhos de diversos índios das cerca de 42 famílias indígenas que ainda vivem na região. “Estão aqui os nossos descendentes que estão a duras penas sobrevivendo neste país que muitas vezes não quer reconhecer que os índios não pedem favor, pedem apenas reconhecimento.”

“Eles eram os donos disso aqui que foi tomado, quase que exterminado, mas continuam sobrevivendo. E cabe a nós termos compromisso com eles para que continuem sobrevivendo e sobrevivam bem.”

Na última quinta-feira (15), Lula já havia sido recepcionado, em Salvador, durante o Fórum Social Mundial, por um grupo de mais de 20 etnias que promoveram o ritual de "fechamento de corpo" do ex-presidente, contra o "fantasma da prisão". Os índios brindaram Lula com um cocar vistoso e despejaram a fumaça da proteção sobre seu corpo.

Hoje, o Supremo Tribunal federal (STF) julga habeas corpus que pretende evitar a prisão do petista, após condenação em segunda instância. Lula recebeu sentença de 12 anos e um mês em regime fechado, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

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