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Depois de passar os últimos anos segurando a concessão de crédito, os bancos passaram a procurar os clientes para oferecer empréstimos. O movimento começa a aparecer aos poucos nos dados do Banco Central, que, nessa segunda-feira, 26, revisou para cima a projeção de crescimento para o crédito livre, em que as taxas são definidas pelas próprias instituições financeiras. A alta deve ser de 6% este ano e não de 4%, como o BC havia previsto.
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"Antes os gerentes não visitavam as empresas para oferecer crédito, agora todos estão fazendo isso, embora as taxas continuem elevadas", disse o diretor da Associação Nacional de Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. Nos financiamentos ao consumidor, ele tem observado uma flexibilidade maior nas concessões. "Há um ano, de cada dez fichas, os bancos aprovavam duas. Agora, aprovam cinco."
Os gerentes do Itaú desde o ano passado visitam os empresários com um tablet para agilizar as operações de crédito. O Bradesco começou a oferecer prazos mais longos para o consumidor e o Santander estuda fazer o mesmo.
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Os dados do BC mostram que a retomada da oferta de crédito ao consumidor começou a se desenhar no segundo semestre do ano passado. Já a volta do financiamento para empresas ocorreu a partir do último trimestre, depois de um longo período de aperto. Nos três meses encerrados em fevereiro, o volume de novos financiamentos aprovados para empresas cresceu 7,4% em relação ao trimestre móvel anterior. Para o consumidor, a alta foi de 0,9%.
Com a queda na taxa básica de juros, que na semana passada recuou para 6,5% ao ano, a mínima histórica, aplicar em títulos públicos ficou menos rentável para os bancos, obrigando as instituições financeiras a aumentar a disposição de emprestar, na tentativa de compensar as perdas.
O diretor de Empréstimos e Financiamentos do Bradesco, Leandro José Diniz, disse que o banco está mais acessível nos empréstimos. Questionado se o banco estaria mais agressivo no crédito, especialmente a empresas, ele explicou que os gerentes estão sempre visitando os clientes. "Quando o mercado melhora, a gente acompanha também."
No caso do consumidor, o melhora do cenário se refletiu em prazos mais longos no crédito pessoal sem garantias na carteira do banco. "De setembro para cá o prazo médio de 18 meses está indo para 34, porque o cliente se sentiu mais confortável."
Eduardo Jurcevic, superintendente executivo de produtos de Crédito à Pessoa Física do Santander, enfatizou que o banco nos últimos 12 meses já vinha numa "toada bastante forte" no crédito e que não mudou os modelos de risco na concessão por causa da melhora do quadro econômico. No entanto, ele disse que está no radar do banco um alongamento de prazos de pagamento. Os prazos médios do consignado e do crédito pessoal estão em 70 e 28 meses, respectivamente. "Não vejo motivos para não subir prazos em 20%."
O Itaú Unibanco mantém a política de crédito e risco, disse o diretor, André Daré. Ele observou que no primeiro trimestre do ano tem aumentado a demanda por capital de giro por parte das pequenas e médias empresas em razão da melhora da economia. "É obvio que num cenário econômico favorável a gente faz ações comerciais para estar próximo do cliente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.