© REUTERS / Wolfgang Rattay
Depois de falar que o amistoso contra a Alemanha era o teste psicológico e emocional mais importante que o Brasil iria enfrentar antes da Copa da Rússia, o técnico Tite atenuou o discurso e disse que a vitória não apagará totalmente o 7 a 1 sofrido nas mãos alemãs na semifinal do Mundial de 2014.
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"Era um fantasminha. É da vida, passou Não é agora que vencemos é que [o 7 a 1] vai deixar de ser falado. Nós tivemos méritos, e há um sentimento de resgate de autoestima, um pouco de orgulho próprio sim", afirmou Tite em entrevista após o jogo.
O técnico disse que, repetindo um de seus bordões, busca o desempenho antes do resultado. Mas que neste jogo em especial, havia a preocupação com o placar. "O resultado é emblemático", disse, voltando a seguir a seu discurso típico sobre motivação de jogadores.
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Tite elogiou bastante a marcação brasileira. "A pressão na saída de bola [alemã] foi impressionante. Tiramos muitas bolas do Kross, que é o articulador. Foi uma marcação alta, agressiva, eu até pedi para eles não irem em todas as bolas, é desumano", afirmou, dizendo que tirou Philippe Coutinho no segundo tempo para compensar o desgaste do jogador -destaque no primeiro tempo.
No geral, disse, "a equipe sente a falta do Neymar, mas está aprendendo a ser forte sem ele". O principal jogador do Brasil está se recuperando de uma cirurgia para corrigir fratura no pé. Perguntado sobre eventual sobreposição de funções entre o atacante e Coutinho, ele descartou a hipótese. "Neymar é gol, Coutinho é flutuador, e um potencializa o outro."
Outro atleta que mereceu menção especial foi Douglas Costa, que aparentemente está próximo de ser chamado para a Copa. Um dos assistentes de Tite, Silvinho, estava com o técnico na entrevista e ressaltou que o atacante está "trazendo muita versatilidade". Elogio também foi para Fernandinho, volante cuja entrada virtualmente relega o antes constante Renato Augusto à reserva. "O Fernando dá uma consistência e libera o Paulinho para infiltrações [no ataque]", disse Tite.
Ainda há, segundo o técnico, 14 ou 15 jogadores lutando pela titularidade na seleção. "Tenho dúvidas ainda", disse sobre o grupo de 23 jogadores que irá para a Copa.
ALEMANHA
Já o técnico da Alemanha, Joachim Löw, afirmou que a principal evolução que viu entre o time que derrotou a Alemanha nesta terça e aquele massacrado no 7 a 1 na Copa de 2014 está na defesa em conjunto.
"O Brasil ficou mais perigoso no contra-ataque e tem Philippe Coutinho muito bem com a bola. Mas a qualificação importante é na defesa. Depois do 2 a 0 [em 2014], eles desesperaram. Agora, a equipe defende coletivamente, e eles estão muito mais disciplinados. Na frente, ele são individualmente muito bons. São um dos favoritos ao título [na Copa da Rússia]", afirmou Löw.
Ainda assim, ele fez um pequeno chiste sobre a importância do jogo, que ele vinha minimizando e deixou claro ao escalar um time desfalcado de jogadores importantes. "Se a alma brasileira está se sentindo em paz depois do 7 a 1, tudo bem", disse, rindo. "Sabíamos que o Brasil viria mais motivado. Do outro lado, eu estava preocupado é claro em não perder. Jogamos mal hoje, mas não se preocupem, nós vamos melhorar. Não estou preocupado por ter perdido por 1 a 0", disse.