BC reduz compulsório e libera R$ 27,7 bilhões para empréstimo

A redução é uma demanda dos bancos para transmitir ao consumidor final a redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 6,5%, o nível mais baixo da história

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Economia queda 28/03/18 POR Folhapress

O Banco Central reduziu nesta quarta-feira (28) o percentual dos recursos que os bancos são obrigados a manter parados junto à autoridade monetária, em uma medida que liberará R$ 25,7 bilhões para empréstimos.

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A intenção de se mexer no compulsório, como esse depósito obrigatório é conhecido, é ajudar a diminuir o spread (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) e aumentar o crédito.

A redução é uma demanda dos bancos para transmitir ao consumidor final a redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 6,5%, o nível mais baixo da história. 

Como mostrou reportagem da Folha nesta segunda-feira (26), apesar da queda de quase oito percentuais na Selic do final do ano retrasado para cá, os consumidores quase não sentem a diferença nos juros cobrados.

O argumento das instituições financeiras é que os compulsórios elevados fazem com que tenham que captar mais recursos para realizar o mesmo volume de operações e "fazer render o capital" do que precisam fazer concorrentes em outros países.

Para os bancos, essa é uma das razões pelas quais as taxas são elevadas no Brasil. 

À VISTA E POUPANÇA

No caso dos depósitos à vista, o compulsório foi reduzido de 40% para 25%. Para os depósitos de poupança rural, a queda foi de 21% para 20%, e no caso das demais modalidades de poupança, e de 24,5% para 20%.

"A medida abre espaço para uma potencial redução do spread bancário, avançando na agenda BC mais", afirmou Otávio Damaso, diretor de regulação do BC, referindo-se a uma série de medidas estruturais para aumentar a eficiência e reduzir os juros.

+ Bolsa brasileira fecha estável em dia de forte volatilidade no exterior

O montante que será liberado representa cerca de 10% de todas as novas operações de crédito a empresas e consumidores realizadas em fevereiro. Ou seja, não é um valor tão expressivo. 

"[O montante de R$ 25,7 bilhões] representa 5% de tudo o que é mantido no Banco Central", lembrou Flávio Túlio, chefe do Departamento de Operações Bancárias e Sistemas de Pagamento do Banco Central. 

Em dezembro, o CMN (Conselho Monetário Nacional) já havia liberado outros R$ 6,5 bilhões através de redução de depósitos compulsórios. 

"Não representa tanto assim, mas ajuda. Já existe demanda por crédito, e essas ações do BC ajudam a facilitar os empréstimos", avalia Isabela Tavares, da consultoria Tendências.

Ela lembra também que uma alíquota menor de compulsório reduz os custos dos bancos, o que pode ajudar a diminuir os juros na ponta. 

"O impacto direto consiste no fato de que os bancos terão maior gama de recursos para poder liberar ao consumidor, diminuindo suas obrigações financeiras com o Banco Central e contribuindo para a redução dos spreads bancários", disse.

LAVAGEM DE DINHEIRO

O CMN proibiu ainda nesta quarta (28) que bancos aceitem pagamento em espécie de boletos em valor igual ou superior a R$ 10 mil e determinou ainda que as instituições financeiras mantenham registro específico dos boletos pagos em dinheiro vivo.

Os bancos poderão recusar pagamento em espécie também para os boletos com valor abaixo de R$ 10 mil reais, se identificarem indícios de tentativa de burlar a legislação, informou o Banco Central em comunicado.

As regras para pagamento em espécie entram em vigor no dia 28 de maio e os bancos devem começar o registro de boletos a partir de 11 de março do ano que vem, informou o BC. As medidas têm o objetivo de combater e prevenir a lavagem de dinheiro. Com informações da Folhapress.

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