Perito diz que detentos não tiveram chance de reação

Testemunha de acusação, o perito criminal Osvaldo Negrini foi ouvido hoje (17) na quarta etapa do julgamento do Massacre do Carandiru, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Negrini foi prestou depoimento em todas as etapas do julgamento. Ele voltou a dizer que não houve confronto entre policiais e detentos, porque os presos do Pavilhão 9 não tiveram a possibilidade de reação.

© Agência Brasil

Justiça Carandiru 17/03/14 POR Agência Brasil

Segundo ele, é possível afirmar isso por causa do grande número de tiros encontrados nos corpos dos detentos, e também com base nas marcas de balas nas paredes da cela. “Cerca de 96% dos tiros foram feitos da soleira da porta para dentro das celas”, disse o perito.

PUB

No julgamento, 12 policiais do Grupo de Operações Táticas Especiais são acusados pela morte de dez detentos e pela tentativa de homicídio de três presos que ocupavam o quinto pavimento da antiga Casa de Detenção do Carandiru. O massacre ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos durante ação policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do Carandiru, que ficava na zona norte da capital paulista.

Negrini contou que esteve no Pavilhão 9 em três oportunidades para fazer a perícia. Ele disse que na cela 9-512E, localizada no quinto pavimento, a perícia encontrou várias marcas de tiros nas paredes, o que, pelas características das marcas, permitiu que ele concluísse que os tiros foram feitos por rajadas de metralhadoras. “As marcas nas paredes foram de rajadas”, disse ele. Vários detentos morreram na cela. Um deles morreu com 13 disparos.

O perito contou que, ao entrar no Pavilhão 9 no dia 2 de outubro, logo após a entrada da Polícia Militar, teve dificuldades para fazer a perícia, porque a luz do local tinha sido cortada. Mesmo assim, diz ter visto marcas de sangue e dezenas de corpos empilhados no segundo pavimento do Pavilhão 9. “Naquele dia, contei 89 corpos”, disse ele.

Nas outras duas vezes em que esteve no Pavilhão 9, o perito enfrentou dificuldades para fazer a perícia, porque que o local tinha sido lavado e limpo. O que sobrou, segundo ele, foram as marcas dos tiros nas paredes. “Houve tentativa de prejudicar o trabalho da perícia desde o primeiro momento. Não foram encontrados estojos [cápsulas] vazios. Pela minha contagem, deveria ter uns 300 estojos vazios no local, mas não tinha nenhum. O estojo identifica a arma que fez o disparo. Mas os vestígios foram eliminados. Havia várias marcas nas paredes, mas os vestígios dos estojos desapareceram”, falou o perito.

Das cinco testemunhas de acusação arroladas pelos promotores Márcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto apenas o perito foi ouvido. Das seis testemunhas de defesa arroladas pelo advogado dos policiais, Celso Vendramini, serão ouvidas duas.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Tragédia Há 20 Horas

Motorista de caminhão envolvido em acidente em MG se apresenta à polícia

mundo Estados Unidos Há 21 Horas

Mangione se declara inocente das acusações de homicídio e terrorismo

fama Hollywood Há 21 Horas

Justin Baldoni é dispensado por agência após Blake Lively acusá-lo de assédio em filme

fama Relacionamento Há 17 Horas

Ginasta Julia Soares e ator Igor Jansen assumem namoro: 'Mais linda'

fama Realeza britânica Há 20 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

politica Justiça Há 21 Horas

Foragidos do 8/1 se frustram com Milei e ficam na mira da polícia na Argentina

economia Bahia Há 20 Horas

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados de fábrica da BYD

fama Saúde Há 21 Horas

Preta Gil está acordada e conversando, mas segue na UTI, diz boletim médico

fama Escândalo Há 14 Horas

Espero que a acusação possa ajudar outras vítimas de retaliação, diz Blake Lively

esporte Futebol Há 13 Horas

Libertadores 2025 confirma todos os times e potes após definição na Colômbia