Planalto vê cerco político e teme investigações amplas contra Temer

PF prendeu nesta manhã (29) aliados próximos do presidente: o advogado José Yunes, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB-SP) e o coronel João Baptista Lima Filho

© Beto Barata/PR

Política Repercussão 29/03/18 POR Folhapress

O Palácio do Planalto avalia que a operação da Polícia Federal desta quinta-feira (26), que prendeu amigos e assessores de longa data do presidente, representa a escalada do cerco político que asfixia o governo e uma ampliação das investigações contra Michel Temer.

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Nas primeiras horas da manhã, a PF prendeu o ex-assessor e amigo há mais de 50 anos de Temer, o advogado José Yunes, além do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB-SP) e do coronel João Baptista Lima Filho, muito próximo ao presidente.

Apesar das notícias, Temer decidiu manter em sua agenda uma viagem a Vitória (ES) para a inauguração do novo aeroporto da cidade. A previsão é de que ele retorne a Brasília no início da tarde e se reúna com assessores para definir se é possível traçar uma nova estratégia política e jurídica diante dos acontecimentos.

O empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos e é investigada por supostos benefícios concedidos pelo governo Temer, também foi detido nesta quinta.

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As prisões foram autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito que investiga o presidente por suposto recebimento de propina em troca de benefícios ao setor portuário.

PRIMEIRA REAÇÃO

A primeira reação dos auxiliares de Temer foi classificar a operação de "absurda" e analisá-la como uma forma de criar obstáculos para a possível campanha à reeleição do presidente.

Nos últimos dois meses, ele tem demonstrado disposição de disputar as eleições de outubro, porém, pontua com apenas 1% das intenções de voto, segundo o Datafolha.

Em um segundo momento, conforme as confirmações dos nomes dos detidos chegavam ao Planalto, ministros e assessores avaliaram que as investigações podem ultrapassar o âmbito do decreto dos Portos, editado no ano passado pelo governo, e alvo das apurações.

Yunes é citado no inquérito sobre o decreto que investiga Temer, assim como o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar.

O coronel João Baptista Lima Filho também está citado, mas Wagner Rossi, por exemplo, aparecia somente na primeira investigação sobre o caso.

O inquérito apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Editado em maio do ano passado, o decreto suspeito ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos e permitiu que eles possam ser prorrogados até o limite de 70 anos. Com informações da Folhapress.

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