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Depois de mandar embora 60 diplomatas norte-americanos e fechar o Consulado dos EUA em São Petersburgo, a Rússia expulsou do país mais 59 autoridades diplomáticas nesta sexta-feira (30).
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Representantes de 23 países, entre eles Austrália, Albânia, França, Alemanha, Itália, Polônia, Holanda, Croácia, Ucrânia, Dinamarca, Irlanda, Espanha, Estônia, Letônia, Lituânia, Macedônia, Moldávia, Romênia, Finlândia, Noruega, Suécia, Canadá e República Tcheca, foram convocados para explicar "as medidas contra a Rússia em solidariedade ao Reino Unido" por causa do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da filha dele, Yulia Skripal, na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra.
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O Ministério de Relações Exteriores da Rússia ainda deu a Londres o prazo de um mês a partir desta sexta-feira (30) para a redução do número de funcionários diplomáticos na Rússia, para limitar ao mesmo número de diplomatas russos presentes no Reino Unido.
Na quinta-feira (29), Moscou anunciou a expulsão de 60 diplomatas americanos, e o ministro russo das Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov, afirmou que "as medidas de represália serão idênticas" para todos os países. Quando a Grã-Bretanha expulsou 23 diplomatas russos no início deste mês, o embaixador russo Alexander Yakovenko disse que isso representou um corte de 40% no número de funcionários da embaixada. Desde o início da crise, mais de 150 diplomatas russos tiveram que voltar para casa.
Em Londres, o Ministério de Relações Exteriores britânico descreveu a resposta russa à expulsão de diplomatas como "lamentável" e acrescentou que Moscou descumpriu a lei internacional ao envenenar um ex-espião russo e sua filha em solo britânico. "É lamentável, mas em razão do comportamento anterior da Rússia, já antecipávamos uma resposta", divulgou um porta-voz do órgão.
De acordo com o órgão britânico, a Rússia foi flagrada descumprindo a lei internacional e a Convenção de Armas Químicas e que a ações contra o governo de Vladimir Putin refletem a preocupação internacional. Enquanto alguns países, como Alemanha, minimizaram a atitude russa, outros, como a Lituânia, condenaram a ação.
"As notícias de Moscou não são nenhuma surpresa", disse Heiko Maas, ministro das Relação Exteriores da Alemanha. "Mesmo no clima atual, continuamos prontos para o diálogo com a Rússia e vamos trabalhar tanto na segurança europeia quanto nas relações futuras construtivas entre nossos países."
A Alemanha tinha expulsado quatro diplomatas russos de seu território. O governo lituano reagiu e disse que a atitude da "Rússia foi desproporcional porque a Lituânia tem menos diplomatas trabalhando na Rússia do que a Rússia tem na Lituânia".
SÃO PETERSBURGO
Ao anunciar o fechamento do Consulado dos EUA em São Petersburgo, em retaliação ao fato de os americanos terem fechado a representação russa em Seattle, o governo de Moscou deu prazo até este sábado (31) para que o prédio fosse esvaziado.
Assim, nesta sexta-feira, várias minivans foram vistas deixando o consulado em São Petersburgo. A cena dividiu quem passava pelo local. "Deixe-os sair daqui", disse o aposentado de 61 anos, Viktor Fedin. "Você não vai colocar a Rússia de joelhos."
Já a pesquisadora Yelena Bogomazova, de 32 anos, disse que o governo de Vladimir Putin tem que responder às ações hostis contra o país, "mas a escalada é ruim, pois o fechamento do consulado dificultará a obtenção de vistos para os americanos". "Eles terão que ir a Moscou."
Depois que a Rússia expulsou os diplomatas americanos, a lista de espera para pedidos de visto nos EUA na Rússia aumentou para semanas, se não meses. A Embaixada dos EUA disse que não consegue processar os pedidos de visto mais rapidamente por causa da falta de pessoal. Com informações da Folhapress.