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Muammar Kadhafi queria acabar com o domínio do dólar norte-americano no Oriente Médio por meio da introdução do dinar apoiado em ouro, mas suas intensões fracassaram. Os analistas opinam que a China tem agora a oportunidade de terminar o que o ex-líder líbio tinha começado.
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A ideia de efetuar o comércio de petróleo em outras divisas além do dólar já surgiu várias vezes. Algumas destas tentativas foram severamente reprimidas pelos EUA, como aconteceu com Muammar Kadhafi, que propôs introduzir o dinar de ouro no comércio de petróleo no Oriente Médio, recorda o especialista russo em divisas Aleksandr Egorov ao canal RT.
Atualmente, a China está apostando nos futuros de petróleo apoiados por ouro e esta intenção de derrubar o dólar poderá ter sucesso, pois Pequim, segundo o especialista, tem o que Kadhafi não tinha.
"Além do papel da China na economia mundial e do crescente interesse no renminbi [a moeda oficial da República Popular da China, distribuída pelo Banco Popular da China], o país asiático está protegido por um escudo nuclear. Por isso, o país pode se dar o luxo de tentar destruir o monopólio no comércio de petróleo. Isso daria até mais peso ao yuan", disse estrategista da TeleTrade.
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O analista sublinhou que a economia da China é agora o maior consumidor mundial de petróleo e que "todos os produtores de matérias-primas terão que tomar em conta a estratégia das autoridades chinesas".
Segundo Egorov, o momento para lançar o petroyuan é perfeito. Os principais produtores de petróleo, a Rússia, o Irão e a Venezuela, estão sob a pressão das sanções dos EUA, sendo um bom momento para eles se livrarem do dólar no comércio de petróleo, substituindo-o pelo yuan.
Outro especialista, Mikhail Maschenko, analista da rede social para investidores eToro, compartilha tal opinião, se referindo neste caso à Rússia.
"Do ponto de vista da geopolítica russa, é benéfico reduzir o papel do dólar no comércio exterior. […] no país se registra um crescimento recorde das reservas de ouro. Outros países que estão sob uma ameaça constante de novas sanções, como o Irã e a Venezuela, também podem aproveitar esta situação. Os contratos em renminbi permitirão o comércio de petróleo sem autorização dos EUA", afirmou ao RT.
Ambos os especialistas acreditam que, não obstante, passará algum tempo até que o petroyuan se transforme em uma ameaça para o dólar. A China precisa ganhar o apoio dos maiores produtores de petróleo do mundo, como a Rússia e a Arábia Saudita. Caso contrário, sua iniciativa está condenada ao fracasso, advertiu Maschenko. Outro aspecto que poderá assustar os investidores potenciais, segundo o analista, é que o yuan é totalmente controlado por Pequim. Com informações do Sputnik.