PM vai dividir manifestantes e isolar STF na quarta-feira

A separação dos manifestantes no gramado central vai desde a Catedral de Brasília até a Alameda dos Estados, que fica em frente ao Congresso Nacional

© Dorivan Marinho/SCO/STF 

Brasil Julgamento 03/04/18 POR Estadao Conteudo

A Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal decidiu bloquear o acesso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e dividir a Esplanada dos Ministérios entre manifestantes contra e a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, por causa de manifestações convocadas para acompanhar o julgamento do habeas corpus do petista. A estimativa dos organizadores é que 20 mil pessoas compareçam à Esplanada.

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O bloqueio está previsto no Protocolo Tático Integrado das Manifestações, criado em abril do ano passado. O plano será acionado na madrugada de quarta-feira, impedindo o trânsito de veículos nas vias N1 e S1 do eixo monumental. Apenas o gramado e as pistas da Esplanada dos Ministérios ficarão livre para as passeatas.

Mesmo assim, haverá uma divisão dos grupos por grades vazadas, com um cordão de policiais militares entre eles. A separação dos manifestantes no gramado central vai desde a Catedral de Brasília até a Alameda dos Estados, que fica em frente ao Congresso Nacional. "Pelo fato de haver pessoas com ideias contrárias e de forma preventiva, os órgãos de segurança pública farão a divisão do público no canteiro central da Esplanada. Serão utilizadas duas fileiras de grades vazadas da Polícia Militar. No espaço entre elas, policiais militares ficarão posicionados a fim de evitar contato entre os dois lados", disse a secretaria, em nota.

Além disso, um cordão de isolamento com grades e policiais militares enfileirados, na altura da Alameda dos Estados, impedirá a passagem dos manifestantes até a sede do Supremo. O isolamento abrange toda a Praça dos Três Poderes, onde ficam, além do STF, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

Pixuleco. A SSP proibiu o ingresso na área de manifestações de pessoas portando fogos de artifício, sprays, produtos inflamáveis e bonecos infláveis grandes, como o Pixuleco, que representa o ex-presidente Lula vestido com uniforme de presidiário. Há outros bonecos que fazem alusão crítica a ministros do Supremo.

Na Esplanada, PMs farão pontos de bloqueio para revista e patrulhamento. O trânsito será desviado na altura da Catedral de Brasília, onde o diretório local do PT planeja realizar uma vigília cívica pela liberdade de Lula e em defesa da possibilidade de ele se candidatar a presidente.

O PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Frente Brasil Popular planejam fazer um ato na Esplanada, ao meio-dia, pouco antes do início da sessão plenária que concluirá o julgamento do habeas corpus de Lula.

O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua convocaram manifestações para esta terça-feira, 3. O MBL protesta às 17h em frente ao STF para "exigir a prisão" do petista. Já o Vem Pra Rua promove ato em frente ao Congresso contra a corrupção e a favor da prisão de condenados em segunda instância. As convocações estão sendo monitoradas por autoridades de inteligência.

As decisões foram tomadas por autoridades e forças de segurança do governo do Distrito Federal durante reunião ontem com os movimentos que marcaram as manifestações para discutir o esquema de policiamento.

Nem o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) nem a Secretaria da Segurança Pública divulgaram os efetivos que pretendem empregar.

O protocolo prevê como responsabilidade do Exército, por meio do Batalhão de Guarda Presidencial, guarnecer o Palácio do Planalto. A Polícia da Aeronáutica protege o Ministério da Defesa, e os Fuzileiros Navais, o Itamaraty. Os demais ministérios contam com seguranças terceirizados na parte interna. Nos arredores, cabe à Polícia Militar fazer o patrulhamento. O Palácio da Justiça também possui reforço da Força Nacional.

O Supremo possui seguranças próprios na sede - são 149 vigias, entre homens armados e desarmados. Uma equipe de delegados da Polícia Federal também trabalha no tribunal. O Congresso Nacional possui policiamento legislativo próprio. Com informações do Estadão Conteúdo.

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