Villas Bôas negou plano para comprometer ordem constitucional

Posição do comandante do Exército foi exposta por escrito, em novembro passado, em ofício enviado em resposta a um questionamento da Procuradoria da República no DF sobre declarações dadas pelo general Antônio Mourão

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Política Arquivo 04/04/18 POR Folhapress

O gabinete do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, negou a existência de "qualquer plano estratégico" na Força que possa "comprometer a ordem constitucional vigente" no país. Ao mesmo tempo, no entanto, saiu em defesa do general Antônio Mourão, que em setembro disse que as Forças Armadas poderiam "impor uma solução" para a crise política no país.

PUB

"Informo, ainda, que não existe no âmbito desta Força Armada qualquer plano estratégico para situações hipotéticas, ainda que emergenciais, que possa comprometer a ordem constitucional vigente", afirmou o Comando do Exército.

A posição do comandante foi exposta por escrito em novembro passado em ofício dirigido à Procuradoria da República no Distrito Federal e assinado pelo chefe do gabinete de Villas Bôas, o general de divisão Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.

O ofício foi enviado em resposta a um questionamento da Procuradoria sobre as declarações dadas por Mourão durante uma palestra em uma loja maçônica de Brasília. A resposta foi dirigida ao procurador da República Wellington Divino Marques de Oliveira.

+ Bolsonaro diz que Exército tem papel claro na crise, como em 1964

Para apurar as declarações do general, a Procuradoria abriu um PIC (Procedimento Investigatório Criminal) a fim de averiguar se Mourão "em tese fez propaganda de processo ilegal para alteração da ordem política ou social e incitou à subversão da ordem política e social, conforme vídeo divulgado e notícias vinculadas em diversos canais de comunicação".

A resposta do Exército foi feita em duas páginas. O general Paiva afirmou que o comandante Villas Bôas, depois da repercussão das declarações de Mourão, reuniu-se com o oficial "a fim de ouvir as explicações e esclarecer os fatos". Mourão respondeu, segundo o Comando, que "considerava estar em um ambiente privado" e que "não se referiu a nenhum fato concreto, e sim a um contexto hipotético".

INTERPRETAÇÕES

O comandante do Exército referendou as palavras de Mourão ao afirmar que houve "um espectro amplo de interpretações", muitas das quais "dissociadas do contexto do fato", e que Mourão "em nenhum momento destoou do posicionamento institucional do Exército de respeito integral ao mandamento do artigo 142 da Constituição".

"A manifestação do general Mourão não foi de encontro a nenhuma norma constitucional. Pelo contrário, o oficial manifestou-se no sentido de que o Exército não se furtará a cumprir sua missão, caso se verifique a existência das condicionantes constitucionais para a atuação castrense", afirmou o Exército.

O gabinete do comandante também afirmou que "o fato se encontra esclarecido e solucionado, não tendo havido quebra dos pilares estruturais da hierarquia e da disciplina, não havendo, portanto, necessidade de instauração de procedimento apuratório formal".

A resposta não contentou o Ministério Público Federal, que fez novo questionamento. O procurador da República Ivan Cláudio Marx afirmou por escrito ao Exército, em 12 de janeiro passado, que surgiram "interrogantes sobre qual seria a a interpretação dada ao artigo 142 da Constituição Federal: legitimaria a função interventora dos militares?"

O artigo 142 não trata de "intervenção militar", termo inexistente na Constituição, e abre apenas a possibilidade de convocação das Forças Armadas para ações de segurança pública, como operações de garantia da lei e da ordem.

Na nova resposta, o general Paiva disse que o entendimento do Exército sobre o artigo 142 "segue o do Ministério da Defesa e o da Presidência da República, segundo o qual tal atividade [função interventora] somente pode ser cumprida após a iniciativa dos poderes constitucionais e mediante ordem do presidente da República nesse sentido".

O procedimento investigatório criminal continua tramitando na Procuradoria da República no DF. No decorrer dessa apuração, o procurador Ivan Cláudio Marx solicitou nesta quarta-feira (4) que o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, apresente manifestação sobre declarações do general Villas Bôas. Em rede social na véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF, o comandante disse que repudia a impunidade no país. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Tragédia Há 19 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

fama Realeza britânica Há 2 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

fama Hollywood Há 22 Horas

Autora presta apoio a Blake Lively após atriz acusar Justin Baldoni de assédio

mundo Estados Unidos Há 22 Horas

Policial multa sem-abrigo que estava em trabalho de parto na rua nos EUA

esporte Futebol Há 22 Horas

Ex-companheiros ajudam filho de Robinho, que começa a brilhar no Santos

fama Televisão agora mesmo

Fernanda Lima diz que Globo acabou com Amor e Sexo por ser progressista

fama Luxo 23/12/24

Jeff Bezos se casará em Aspen com festa de R$ 3,5 bilhões e convidados famosos

brasil Tragédia Há 21 Horas

Duas mulheres seguem em estado grave após explosão de avião que caiu em Gramado

fama Família Há 21 Horas

Está 24 horas presente, diz Iza sobre Yuri Lima, pai de Nala

fama Confusões Há 20 Horas

Famosos Problemáticos: O que os vizinhos têm a dizer