© Paulo Whitaker / Reuters
No dia 19 de abril de 1980, Luiz Inácio Lula da Silva foi preso. À época, o petista liderava, no ABC Paulista, uma greve metalúrgica que deixara o Brasil tenso. Coincidentemente, trinte e oito anos depois, um novo abril volta a deixá-lo à beira do encarceramento.
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Nesta quarta-feira (5), o juiz Sérgio Moro autorizou a prisão do ex-presidente Lula no caso do tríplex no Guarujá. A pena definida é de 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado. Ele tem até às 17h de sexta-feira (06) para se entregar.
Diferentemente do que ocorre este ano, em 1980 a prisão de Lula ocorrera sem mandado judicial, informa o R7. Ele sabia que, iniciada a greve, o risco de ir para a cadeira era grande. No ano anterior, Lula e toda a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (atualmente Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) haviam sido afastados dos cargos pelo governo do general-presidente João Figueiredo.
No dia 16 de março, a assembleia da categoria foi convocada. O lema trazia a frase "Tá chegando a hora da onça beber água". Lula perguntou à multidão:
"Muitos dizem até que o empresário tá pobre, que o empresário tá falido, e nós, trabalhadores, é que somos gananciosos. E eu gostaria de colocar em votação: quem é que concorda com a proposta dos patrões? (Vaias, gritos) Quem é que quer a greve segunda-feira à meia-noite?".
Ícone do regime, Paulo Maluf, governador de São Paulo, dissera na ocasião que o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos era um "líder morto".
Lula passou 31 dias na carceragem do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) enquadrado na Lei de Segurança Nacional por liderar o movimento dos metalúrgicos. Durante seis dias fez greve de fome.
Em maio daquele ano, a greve terminara. Seu líder foi libertado oito dias depois.