© Stefano Rellandini / Reuters
Em meio às disputas acionárias na TIM, a empresa Cassa Depositi e Prestiti (CDP), controlada pelo Ministério de Economia e Finanças da Itália, aprovou nesta quinta-feira (5) sua entrada no capital da maior operadora de telefonia do país.
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Com uma perspectiva de "longo prazo", o conselho de administração da CDP autorizou a compra de participação na TIM, desde que a fatia não passe de 5% das ações ordinárias da operadora. "Tal investimento entra na missão institucional da CDP de apoiar as infraestruturas estratégicas nacionais", diz uma nota da Cassa Depositi.
O projeto foi recebido de forma positiva pelo mercado: as ações da TIM na Borsa Italiana, a bolsa de valores de Milão, fecharam o pregão desta quinta-feira com 5,2% de valorização.
O objetivo do governo, que detém 83% da CDP, é "tutelar" ativos estratégicos para a Itália, em um momento em que o controle da TIM é exercido pelo grupo francês Vivendi, principal acionista da empresa, com quase 24% de participação.
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A Vivendi já vem enfrentando a hostilidade aberta da gestora de investimentos norte-americana Elliott Management, que acumulou ações da TIM (entre 5% e 10%) para eleger representantes no conselho de administração e questionar a gestão francesa, e agora terá de lidar também com o governo.
No fim do ano passado, o gabinete do primeiro-ministro Paolo Gentiloni ativou o chamado "golden power", recurso que dá a Roma poderes para proteger empresas estratégicas para o interesse nacional.
O instrumento foi acionado após a Vivendi aumentar sua fatia na TIM para 23,94% e, por consequência, ganhar papel relevante em duas subsidiárias da operadora que são consideradas "de importância estratégica para a defesa e a segurança nacionais".
As companhias em questão são a Sparkle, dona de uma rede de 500 mil quilômetros de cabos de fibra ótica, e a Telsy, fornecedora de telefones, aparatos e sistemas à prova de interceptações.
Ainda assim, a Vivendi preferiu manter uma postura amigável à entrada da CDP e disse que "todo acionista é bem-vindo". "O ingresso da CDP não é considerado uma operação hostil porque, se fosse, seria uma mensagem negativa para todos os investidores estrangeiros", diz uma nota do grupo francês.
As disputas na TIM serão colocadas às claras no próximo dia 24 de abril, data da próxima assembleia de acionistas, e em 4 de maio, quando seu conselho de administração será renovado. (ANSA)