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Gloria Maria declarou, em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da "Folha de S. Paulo", que foi por medo de reações racistas que ela demorou a aparecer na TV.
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"Eu comecei a trabalhar na ditadura militar, em 1976 na Globo, você imagina. Eu fui a primeira negra a aparecer na televisão. Eu não tinha coragem, demorei muito porque tinha medo da reação das pessoas. Só tem branco na televisão, aí vai aparecer eu? Quando a Globo criou essa coisa do repórter de vídeo, eu fui a última a entrar no ar, por minha causa. Eu tive que fazer trabalho com psicólogo e de voz porque eu tinha medo da reação das pessoas. Mas não é o pânico que dá hoje com essa coisa biruta que você vê. Esse tipo de sentimento virou uma doença. Uma doença que eu acho incurável", declarou Gloria.
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"A Globo, embora tenha muito pouco preto, é a que tem mais. No SBT, na Record, Bandeirantes, você vê preto fazendo alguma coisa?", questionou a jornalista.
"[O racismo] é muito mais forte hoje. Antes, era você com a sua voz e seu sentimento racista. Hoje, você tem como ampliar essa voz. Tem internet, rede social, informação que vem do outro lado do mundo", disse à colunista.
Gloria ainda comentou sobre o fato de não revelar sua idade: "Como eu vou esconder a idade? Eu viajo sem parar e, a cada viagem, tenho que mostrar todos os meus documentos. Todo mundo sabe a minha idade! Mas aí eu não falo porque já virou um folclore". Segundo o jornal, a idade sugerida pelos papéis que Gloria Maria mostrou ao jornalista é menor que a encontrada em buscas na internet, de 68 anos.