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Com quase 10 mil quilômetros em sua rota principal, a linha Transiberiana, na Rússia, oferece uma experiência inusitada a bordo de um trem. O trajeto começa na capital, Moscou, e segue até a maior cidade portuária da Rússia, Vladivostok, passando também pela cidade de Krasnoyarsk, na Sibéria.
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A ferrovia possui 9.288 km de extensão, cruza oito fusos horários e sua travessia pode ser feita em 8 dias de viagem.
É o terceiro mais longo serviço contínuo do mundo, depois dos serviços das linhas Moscovo-Pyongyang (10 267 km) e a Donetsk-Vladivostok (9 903 km).
Veja 10 curiosidades sobre essa rede ferroviaria:
1- Transiberiana são, na verdade, 3 trajetos diferentes
Todas as jornadas começam na estação Yaroslavl, em Moscou, mas a partir de Irkutsk, na Sibéria, o percurso de divide em dois ramais. A Transiberiana mesmo segue até Vladivostok, na Sibéria, com a opção de desviar o caminho pela Transmanchuriana, que termina em Pequim. Outro ramal, a Transmongoliana, vai de Irkutsk a Pequim via Mongólia.
2. O trem é bastante lento
Isso faz parte do charme da Transiberiana. Você vai vendo a paisagem passar a uma média de 60 km/hora. Isso significa que, sem parar no meio do caminho, viajar os 7.621 kms da Transmongoliana leva 6 noites.
3. A Transmongoliana é a linha mais interessante
Um dos principais motivos é que essa linha dá para parar na Mongólia. Vale visitar o deserto do Gobi e dormir em gers, aquelas tendas típicas dos nômades mongóis. A dica é se programar para desembarcar na capital Ulan Bator entre 11 e 13 de julho quando acontece o Festival Nadaam. Uma espécie de Olimpíada em que os esportes principais são da época de Gengis Khan: luta, arco-e-flecha e corrida de cavalos.
Além disso, essa linha cruza a Mongólia para chegar em terras chinesas e com isso há a oportunidade de conhecer um país a mais. Além desta opção existem os trajetos das linhas Transmanchuriana e Baikal-Amur Magistrale.
4. As paradas são super rápidas
Às vezes podem durar alguns minutos e esta informação costuma ser dita em russo. Por muitas vezes é melhor não sair de perto do trem, sob o risco de ser deixada em algum lugar da Sibéria.
5. Com exceção da fronteira
Antes de entrar na China troca-se todo o complexo de eixos, pois a bitola ou largura dos trilhos na Rússia é diferente. Tudo proposital, como uma forma de garantir que o país não pudesse ser invadido por um trem inimigo. A composição é içada e encaixa-se o outro conjunto de rodas. O processo todo dura cerca de 2 horas.
6. É preciso planejar as paradas
Antes de comprar o bilhete para o trem, tenha em mente quais serão as paradinhas. Afinal, o bilhete é vendido por trechos.
7. Sem luxo
O trem é funcional e até confortável, mas está longe de ser luxuoso. Mesmo na primeira classe – com apenas duas camas ao invés das 2 beliches da segunda classe – o banheiro é compartilhado.
8. Os vagões-restaurante são os lugares de convivência no trem
É onde se vai para as refeições (não incluídas no tíquete), para um drinque, para jogar cartas e interagir com outros viajantes.
Cada país tem o seu. Quando se atravessa a fronteira, o trem continua o mesmo, mas os vagões-restaurante são substituídos. E a comida em cada um é típica do país.
9. Vá no verão
A Rússia possui suas estações bem definidas, então dependendo da data as paisagens são completamente diferentes. Para encontrar neve deve-se viajar no inverno, quando as temperaturas chegam até -30ºC, o que pode render boas histórias. Porém, a recomendação é viajar na época de junho, já que durante o verão é possível aproveitar todas as paradas do trem, apesar do preço mais caro.
10. Conheça o 'tesouro siberiano'
Assim é conhecido o Lago Baikal, que possui água potável até hoje, tornando-o maior do mundo com essa característica. Ele é considerado sagrado pelos locais e é uma atração imperdível para quem viaja pela rota Transiberiana. Além disso, é o mais profundo do mundo com até 1.642 metros.
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