© REUTERS/Fabrizio Bensch
O próximo filme de José Padilha será sobre a tragédia de Belo Monte. A informação foi confirmada pelo próprio diretor de "Tropa de Elite" e criador das séries "O Mecanismo" e "Narcos", para a Netflix, em entrevista no concedida a Pedro Bial, na noite desta segunda-feira (9).
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Perguntado se voltaria a rodar no Brasil, Padilha vive em Los Angeles, nos Estados Unidos, lee respondeu: "Penso! Mais importante do que voltar a fazer cinema no Brasil, é fazer cinema sobre o Brasil. Acabei de fazer uma série inteira sobre o Brasil. Agora eu tenho um projeto que me interessa. Eu me interesso em falar sobre o que aconteceu em Belo Monte", disparou.
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Segundo ele, o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) é interessante porque "é uma mistura de corrupção com um profundo descaso ambiental e antropológico. É um crime que tem muitas dimensões. Eu me interesso e estou estudando para fazer talvez um filme".
Na mesma entrevista o diretor ainda falou da polêmica envolvendo a série "O Mecanismo". "O que é interessante, e eu acho que o Brasil não está percebendo, é que o mecanismo não tem ideologia. Isso para mim é a parte mais importante desta conversa". O cineasta também voltou a elogiar a Operação Lava Jato: "Que a Lava Jato tem um valor heurístico, ela tem! Ela já revelou, ela já expôs o mecanismo. A gente já sabia que existia o mecanismo. Não é novidade para a gente que a corrupção faz parte da vida do Brasileiro".
Com opiniões políticas tão contrárias a de amigos como Wagner Moura, Padilha admitiu que não fala sempre de política com o ator ou com Marcelo Freixo, que é deputado pelo PSOL no Rio de Janeiro.
"Falo com o Freixo e o Wagner (Moura) sobre tudo. Não gosto muito de falar com eles sobre política por isso. Na verdade, não é nenhuma ruptura ideológica. Se eu for caracterizar minha posição política, eu sou um socrático. (...) não consigo ter ideologia. Se existe alguma discordância com o Wagner ou com o Freixo é porque eles têm ideologia", explicou.